Terapias de Ação
Anticolinérgico. Bloqueador neuromuscular.
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Propriedades
É um agente curariforme que atua como relaxante do músculo esquelético, não é despolarizante e possui ação curta. Liga-se competitivamente aos receptores colinérgicos da placa neuromuscular e antagoniza a ação da acetilcolina, gerando o bloqueio neuromuscular. Seus efeitos são antagonizados pelos inibidores da acetilcolinesterase (neostigmina), os quais permitem que a elevação dos níveis de acetilcolina desloquem o mivacúrio dos receptores. O tempo requerido para obter o bloqueio neuromuscular máximo é similar ao do atracúrio, porém é 2 a 2,5 vezes mais prolongado do que o dos agentes de ação ultracurta (succinilcolina) e é ? da metade do tempo requerido pelos agentes de ação intermediária. Após a administração de 0,15 mg/kg o tempo de recuperação é de aproximadamente 6 minutos, e de 7 a 8 minutos para doses de 0,20 ou 0,25 mg/kg. Os anestésicos voláteis (isoflurano, enflurano) potencializam a ação do mivacúrio tanto em doses requeridas para resposta máxima quanto em duração dos efeitos, por isso se requerem até 30%-40% menos para obter o mesmo efeito bloqueador do que quando não se utilizam anestésicos voláteis. O halotano reduz em 20% o requerimento de mivarúcio. O efeito pode prolongar-se nos pacientes com atividade reduzida (pseudocolinesterase) da colinesterase plasmática. Nem a administração repetida de doses de manutenção nem a infusão contínua foram associadas com o desenvolvimento de taquifilaxia e bloqueio neuromuscular acumulativo (dados disponíveis até 2,5 horas de administração contínua). Doses superiores a 0,20 mg/kg provocam uma diminuição na pressão arterial média durante os primeiros 1-3 minutos da aplicação (devido à liberação de histamina), que se resolve sem tratamento nos 3 minutos seguintes; no entanto, esse efeito pode ser evitado administrando-se a dose em um período de 30-60 segundos, o qual não altera o perfil de resposta farmacológica ao mivacúrio. O fármaco é inativo em nível sérico, por ação da colinesterase plasmática, sendo desprezível a quantidade não metabolizada que é eliminada pela urina. Em pacientes com nefropatia terminal observa-se uma prolongação de 1,5 vez na duração do efeito do mivacúrio. Em pacientes com insuficiência hepática terminal observa-se uma prolongação de 3 vezes na duração do efeito. As doses devem ser individualizadas e deve-se utilizar um estimulante de nervos periféricos para monitorar a função neuromuscular durante a administração de mivacúrio e para determinar a necessidade de administrar novas doses. Para determinar as doses nos pacientes obesos (peso 30% maior que o peso corporal ideal deve-se utilizar o peso corporal ideal (PCI), que é calculado da seguinte maneira: a) homens: PCI(kg) = [106+(15,24 altura em cm acima de 152,5cm)]/2,2; b) mulheres: PCI(kg) = [100=(12,7 altura em cm acima de 152,5cm)]/2,2. Em pacientes assintomaticos ou com sensibilidade para a liberação de histamina e mediadores relacionados o mivacúrio deve ser administrado em uma dose inicial de 0,15 mg/kg e durante um período de 30-60 segundos.
Indicações
Bloqueio muscular coadjuvante da anestesia geral para facilitar a intubação traqueal e para prover relaxamento do músculo esquelético durante a cirurgia ou ventilação mecânica.
Dosagem
Somente por via intravenosa. Adultos: para facilitar a intubação traqueal recomenda-se 0,15 mg/kg administrado entre 5 e 15 segundos, 0,20 mg/kg em 30 segundos ou 0,25 mg em doses divididas (0,15 mg/kg seguido em 30 segundos por 0,10 mg/kg). Em pacientes com doença renal, hepática ou cardiovascular (ou com sensibilidade para a liberação de histamina ou outros mediadores da inflamação) recomenda-se não superar 0,15 mg/kg administrado em 60 segundos. A infusão contínua de mivacúrio à velocidade de 9 a 10 mg/kg/min pode ser usada para manter o bloqueio neuromuscular. Nota: doses expressas em cloreto de mivacúrio. Crianças (2 a 12 anos): 0,20 mg/kg administrado em 5 a 15 segundos. Dose de manutenção: 14 mg/kg/min.
Reações Adversas
Enrubescimento, hipotensão arterial, taquicardia, bradicardia, arritmia, flebite, broncospasmo, hipoxemia, erupção, urticária, eritema, bloqueio neuromuscular prolongado, tonturas, espasmo muscular.
Precauções e Advertências
Deve ser administrado sob a supervisão de médicos com experiência no uso de bloqueadores neuromusculares. Não deveria ser administrado até que o paciente ficasse inconsciente. Deve-se ter muita precaução, ou evitar o uso, em pacientes com suspeita de serem homozigotos para o gene da colinesterase plasmática atípica. A doença renal e hepática pode provocar prolongação do efeito farmacológico. Por não existirem provas conclusivas, recomenda-se não usar em mulheres grávidas a menos que o benefício para a mãe supere o risco potencial para o feto. A lactação deve ser suspensa. A segurança e a eficácia do fármaco em crianças menores de 2 anos não foram estabelecidas.
Interações
Isoflurano, enflurano: potenciação e prolongação do efeito farmacológico. Potenciação do bloqueio neuromuscular: aminoglicosídeos, tetraciclinas, bacitracina, polimixina, clindamicina, lincomicina, colistina e colistimetato sódico, sais de magnésio e lítio, anestésicos locais, procainamida e quinidina. O uso de anticoncepcionais orais, glicocorticóides e IMAO pode reduzir a atividade da colinesterase plasmática e com isso prolongar o efeito do mivacúrio.
Contra-indicações
Hipersensibilidade ao mivacúrio ou a outros fármacos da família benzilisoquinolinio.
Superdosagem
Bloqueio neuromuscular. Tratamento: manutenção da ventilação enquanto seja requerido. Os antagonistas dos bloqueadores neuromusculares (neostigmina) não devem ser aplicados quando o bloqueio neuromuscular é completo.
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Interações de Mivacúrio
Informação não disponível |
Alguns medicamentos que contêm Mivacúrio