Aprotinina

 

Terapias de Ação

Inibidor de proteases.
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Propriedades

A aprotinina é um polipeptídio natural, extraído de pulmão bovino, que apresenta atividade inibidora das enzimas degradadoras de proteínas (serinoproteases, tripsina, plasmina, calicreína). Possui uma variedade de efeitos sobre o sistema de coagulação ao inibir em forma reversível a tripsina, a plasmina e a calicreína plasmática e tissular. A aprotinina liga-se tanto às moléculas livres de enzima quanto às moléculas enzimáticas que já aceitaram um substrato, sempre que o centro ativo das enzimas permaneça acessível. Dessa forma, inibe tanto a plasmina livre quanto o complexo plasmina-estreptoquinase formado como intermediário no tratamento trombolítico com estreptoquinase. Seu efeito básico é a inibição da fibrinólise e o recâmbio dos fatores de coagulação, com o qual o sangramento diminui. Sua meia-vida plasmática é de aproximadamente 2 horas. É metabolizada principalmente no rim. Sua difusão é escassa através da barreira hematoencefálica e dificilmente chega ao feto. Após a excreção glomerular, é captada pelas células epiteliais dos túbulos renais proximais, onde é degradada a peptídios menores e a aminoácidos pela atividade lisossômica. Ainda após a administração de uma dose de 1.000.000UIC (unidades inibidoras de calicreína) não se detectou sua excreção intacta na urina.

Indicações

Profilaxia do sangramento perioperatório e da necessidade de transfusões em pacientes submetidos a bypass cardiopulmonar no transcurso de enxerto bypass de artérias coronárias. Enfermidades onde a inibição das enzimas proteolíticas, como tripsina, plasmina e calicreína (tissular e plasmática), encontra-se indicada: hemorragias devidas a deficiências de coagulação (enfermidade hiperfibrinolítica hemostática) posterior a cirurgia ou traumatismo, durante a circulação extracorpórea e no transparto e pós-parto. Complicações do tratamento trombolítico (dissolução de trombos intravasculares). Tem sido empregada em combinação com o ácido tranexâmico para prevenir a recaída de uma hemorragia cerebral ao diminuir a intensidade do componente vasospástico. No choque hemorrágico, pela sua incapacidade de inibir proteases abundantemente liberadas durante as alterações microvasculares e tissulares, evita a aparição do chamado pulmão do choque.

Dosagem

Devido ao potencial risco de reações alérgicas, é conveniente administar uma dose de 10.000UIC pelo menos 10 minutos antes do resto da dose. Na ausência de qualquer reação à dose inicial, pode-se continuar administrando a dose terapêutica. Hemorragia hiperfibrinolítica: inicialmente 500.000UIC (70 mg de aprotinina) como infusão lenta (máximo 50.000UIC) seguidos por 200.000UIC (28 de aprotinina) cada 4 horas. Em caso de alterações hemostáticas em obstetrícia, deverá administrar-se um milhão de UIC (140 de aprotinina) seguidos por 200.000UIC (28 mg de aprotinina) por hora até que o sangramento ceda. Em circulação extracorpórea, iniciar com uma dose de dois milhões de UIC mais dois milhões de UIC na máquina de coração-pulmão, seguidos por infusão lenta de 500.000UIC/h até finalizar a cirurgia. As crianças receberão doses dependentes do seu peso corporal, geralmente 20.000UIC/dia.

Reações Adversas

Podem ocorrer reações anafiláticas ou anfilactoides. As reações anafiláticas podem acontecer tanto no primeiro uso quanto após o uso repetido de aprotinina ( < 0,5%). Ainda quando uma segunda dose seja tolerada, o tratamento posterior pode causar uma reação anafilática grave. Se houver desenvolvimento de reações de hipersensibilidade durante a infusão, deverá suspender-se sua administração imediatamente. Durante o tratamento com doses elevadas observou-se um aumento ocasional e transitório da creatininemia (1%) em pacientes submetidos a cirurgia.

Precauções e Advertências

Existe evidência de um aumento no risco de desenvolver insuficiência renal e maior mortalidade naqueles pacientes tratados com aprotinina que têm sido submetidos a derivações cardiopulmonares utilizando hipotermia profunda e parada circulatória. Quando aprotinina for administrada, deverá assegurar-se a disponibilidade de heparina. Deve-se ter especial precaução em pacientes que já a tenham recebido anteriormente, devido ao risco de sensibilização. A administração intravenosa de antagonistas H1 (difenidramina) e antagonistas H2 (ranitidina) é um recurso valioso instantes antes de administrar a dose de carga de aprotinina. Aqueles pacientes com hipersensibilidade conhecida a fármacos e com diátese alérgica deverão ser tratados com aprotinina somente sob cuidadosa vigilância médica. Ainda na ausência de qualquer resposta à dose inicial de 10.000UIC, a dose terapêutica pode causar uma reação de hipersensibilidade (anafilaxia), o que obrigará a suspender de imediato a infusão e aplicar as medidas habituais de urgência nesses casos. Gravidez: não existe evidência de toxicidade nos estudos realizados em animais; no entanto, recomenda-se não utilizar em mulheres grávidas a menos que o benefício para a mãe supere o risco potencial para o feto. A segurança e a eficácia do fármaco em crianças não foram estabelecidas.

Interações

A atividade dos trombolíticos (estreptoquinase, TPA, uroquinase) é inibida pela aprotinina de maneira dose-dependente. A aprotinina bloqueia o efeito hipotensivo agudo do captopril e com heparina observou-se uma maior prolongação do tempo de coagulação ativa (ACT) durante o tratamento com doses elevadas de aprotinina; no entanto, esse fármaco não deve ser considerado um auxiliar da heparinoterapia.

Contra-indicações

Hipersensibilidade à aprotinina.
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Interações de Aprotinina

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