Terapias de Ação
Antiepiléptico.
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Propriedades
Este moderno antiepiléptico junto a outros (vigabastrina, lamotrigina, gabapentina) foi incorporado ao arsenal terapêutico clássico (fenitoína, fenobarbital, valproato, clonazepam, etossuximida) para o tratamento da hipersincronia neural excessiva e da transmissão sináptica anormal. O felbamato é um dicarbamato que no nível experimental é capaz de inibir as crises produzidas pelo eletrochoque máximo e a convulsoterapia farmacológica (picrotoxina, penta-metilenetetrazol), porém seu mecanismo íntimo de ação não é totalmente conhecido. É administrado por via oral e sua biodisponibilidade é elevada ( >90%). Apresenta uma longa meia-vida (20 horas) e uma baixa ligação às proteínas plasmáticas (20%-25%). Sua biotransformação é basicamente hepática e se elimina por via renal.
Indicações
Grande mal epiléptico. Epilepsias psicomotoras. Crises corticais focais. Crises parciais simples e compostas. Síndrome de Lennox-Gastaut.
Dosagem
É usado de forma simultânea ou substitui os fármacos antiepilépticos empregados, sendo necessário reduzir as doses desses fármacos antiepilépticos entre 20% e 30% para minimizar os efeitos colaterais (vide Interações). Adultos maiores de 14 anos: a maioria dos pacientes incluídos nos estudos clínicos para avaliar o uso como monoterapia ou em terapêuticas concomitantes recebe 3,6 g/dia. Monoterapia (terapêutica inicial): não foram realizados estudos sistemáticos para avaliar a eficácia do felbamato como monoterapia inicial. Começar com 1,2 g/dia (divididos em 3 ou 4 doses diárias). Os pacientes sem tratamento prévio devem ser mantidos sob estrita vigilância médica e deve ser realizada a titulação do fármaco de acordo com a resposta clínica, aumentando as doses com incrementos de 6 g cada 2 semanas até atingir 2,4 g/dia e, depois, até atingir 3,6 g/dia, se for indicado do ponto de vista clínico. Conversão à monoterapia: começar com 1,2 g/dia de felbamato em três ou quatro doses diárias. Reduzir a um terço a dose dos outros fármacos anticonvulsivantes utilizados de forma simultânea no começo do tratamento com felbamato. Na segunda semana aumentar a dose de felbamato até alcançar 2,4 g/dia enquanto são reduzidas as doses dos outros fármacos antiepilépticos mais um terço com relação à dose inicial. Na terceira semana, aumentar a dose de felbamato até alcançar 3,6 g/dia e continuar reduzindo a dose do resto dos fármacos antiepilépticos de acordo com sua indicação clínica. Terapêutica simultânea: deve-se adicionar 1,2 g/dia de felbamato em três ou quatro doses diárias e ao mesmo tempo reduzir 20% dos agentes antiepilépticos de base para manter o nível das concentrações plasmáticas de fenitoína, ácido valproico e carbamazepina e seus metabólitos usados concomitantemente. Poderá ser necessário reduzir mais ainda a dose dos agentes antiepilépticos utilizados de forma simultânea para minimizar os efeitos colaterais ocasionados pelas interações farmacológicas. Aumentar a dose de felbamato com incrementos de 1,2 g/dia com intervalos semanais até alcançar 3,6 g/dia. A maioria dos efeitos colaterais observados com esse fármaco desaparece à medida que se diminui a dose dos outros fármacos antiepilépticos. Apesar de pautas para a conversão ao uso de felbamato em monoterapia demandarem 3 semanas para alcançar a dose de 3,6g/dia, em alguns pacientes obteve-se a titulação até alcançar essa dose em somente 3 dias, com o ajuste correspondente do resto dos fármacos antiepilépticos. Crianças com síndrome de Lennox-Gastaut (entre 2 e 14 anos de idade). Terapêutica simultânea: devem ser adicionados 15 mg/kg/dia de felbamato em três ou quatro doses diárias divididas e ao mesmo tempo deve-se reduzir em 20% o antiepiléptico de base para controlar os níveis no plasma de fenitoína, do ácido valproico e da carbamazepina e seus metabólitos utilizados concomitantemente.
Reações Adversas
Foram classificadas em categorias de sistemas corporais e enumeradas em ordem de frequência decrescente utilizando as seguintes definições: definem-se como acontecimentos adversos frequentes aqueles que ocorrem em uma ou mais ocasiões em 1/100 pacientes no mínimo, acontecimentos adversos ocasionais são os observados entre 1/100-1/1.000 pacientes, e esporádicos são os observados em menos de 1/1.000 pacientes. Gerais: aumento de peso, astenia, mal-estar, sintomas do tipo influenza; reações anafiláticas, dor torácica. Cardiovasculares: palpitação, taquicardia, taquicardia supraventricular. Sistema nervoso central: agitação, transtornos psicológicos, reações agressivas, alucinações, euforia, tentativa de suicídio, enxaqueca. Digestivas: aumento de TGO, esofagite, aumento do apetite, GGT elevada. Hematológicas: linfoadenopatia, leucopenia, leucocitose, trombocitopenia, granulocitopenia; prova de fator antinuclear positiva, transtorno plaquetário qualitativo, agranulocitose. Metabólicas/nutricionais: hipopotassemia, hiponatremia, aumento da LDH, aumento da fosfatase alcalina, hipofosfatemia; aumento da creatinafosfoquinase. Osteomuscular: distonia. Dermatológicas: prurido, urticária, erupção de ampolas; inflamação das membranas mucosas; síndrome de Stevens-Johnson. Órgãos dos sentidos: reações alérgicas, fotossensibilidade.
Precauções e Advertências
Os fármacos antiepilépticos não devem ser suspensos de forma brusca devido à possibilidade de incrementar a frequência das convulsões. Os pacientes devem ser instruídos para que cumpram estritamente com a dose prescrita pelo médico e mantenham o medicamento em sua embalagem perfeitamente fechada, à temperatura ambiente, ao abrigo do calor excessivo, da luz solar direta ou da umidade e fora do alcance das crianças. Não são necessários controles sobre os parâmetros de laboratório para garantir a segurança no uso de felbamato. Não foi determinado o valor para o controle do nível no sangue. Como seu emprego pode afetar os níveis plasmáticos de outros antiepilépticos administrados simultaneamente, recomenda-se controlar os níveis desses agentes. Uso durante a gravidez: somente se necessário. Trabalho de parto e parto propriamente dito: desconhece-se o efeito do felbamato sobre o trabalho de parto e o parto em seres humanos. Uso durante a lactação: observou-se que o felbamato é excretado no leite humano. Desconhece-se o efeito que produz no lactente. Uso em crianças: desconhecem-se a segurança e a eficácia nas crianças, salvo as que sofrem da síndrome de Lennox-Gastaut. Devem ser tomadas precauções antes de se administrar o fármaco em pacientes de idade avançada; inicia-se com a faixa de doses mais baixas, considerando que existe maior possibilidade de deterioração do funcionamento hepático, renal ou cardíaco e de que os pacientes estejam sofrendo doenças ou terapêuticas farmacológicas simultâneas. Poderá ser necessário reduzir mais ainda a dose do fármaco antiepiléptico utilizado concomitantemente, para minimizar os efeitos colaterais provocados pelas interações farmacológicas. A dose de felbamato deve ser aumentada com incrementos de 15 mg/kg/dia com intervalos semanais, até atingir 45 mg/kg/dia. A maioria dos efeitos colaterais do felbamato em terapêuticas simultâneas desaparece ao se reduzir a dose dos outros fármacos antiepilépticos.
Interações
Associado com outros fármacos antiepilépticos altera os níveis de concentração no plasma desses agentes e gera modificações na biodisponibilidade. Fenitoína: provoca um aumento das concentrações da fenitoína no plasma em estado de equilíbrio. Carbamazepina: reduz suas concentrações plasmáticas durante o estado de equilíbrio dinâmico, enquanto aumenta os níveis de epóxido de carbamazepina. Valproato: aumenta suas concentrações plasmáticas durante o estado de equilíbrio dinâmico. Efeitos de outros fármacos antiepilépticos sobre o felbamato. Fenitoína: produz uma redução das concentrações plasmáticas de felbamato durante o estado de equilíbrio dinâmico próximo a 45% ao compararmos com a mesma dose de felbamato utilizada como agente único. Carbamazepina: aumenta em 50% a depuração de felbamato em seu estado de equilíbrio dinâmico e, portanto, seu uso simultâneo provoca uma redução de aproximadamente 40% nas concentrações plasmáticas em estado de equilíbrio do felbamato administrado em monoterapia. Valproato: não exerce um efeito significativo sobre a depuração de felbamato em seu estado de equilíbrio dinâmico; portanto, o uso simultâneo não ocasionaria efeitos clínicos importantes sobre as concentrações plasmáticas de felbamato.
Contra-indicações
Hipersensibilidade conhecida ao felbamato. Deve ser usado com precaução naqueles pacientes que tenham demonstrado reações de hipersensibilidade a outros carbamatos.
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Interações de Felbamato
Informação não disponível |
Alguns medicamentos que contêm Felbamato