Fludroxicortida

 

Terapias de Ação

Corticosteroide.
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Propriedades

A fludroxicortida possui o mesmo mecanismo de ação de outros corticosteroides. Difunde-se através das membranas celulares e se liga a receptores citoplasmáticos específicos formando um complexo que se desloca até o núcleo da célula, ligando-se ao DNA (cromatina) e estimulando a expressão de certos genes e a posterior síntese de várias enzimas, que serão responsáveis em última instância pelos efeitos dos corticosteroides; as principais são as lipocortinas, proteínas inibidoras da fosfolipase A2 (impede a transformação do ácido araquidônico de membrana em leucotrienos e prostaglandinas). Seu efeito sobre os linfócitos é inibitório, contribuindo para a redução e prevenção das respostas do tecido aos processos inflamatórios e reduzindo os sintomas da inflamação. Inibe o acúmulo de células inflamatórias, incluindo macrófagos e leucócitos, nas regiões da inflamação. Também inibe a fagocitose, a liberação de enzimas lisossômicas e a síntese e liberação de diversos mediadores químicos da inflamação. Os mecanismos da ação imunossupressora não estão completamente esclarecidos, mas podem implicar a supressão ou prevenção das reações imunes mediadas por células (hipersensibilidade retardada), assim como ações mais específicas que afetem a resposta imune. O grau de absorção da fludroxicortida, por ter sido desenvolvida somente para uso tópico (a 12,5%), depende do veículo utilizado para sua formulação; o uso de curativos oclusivos aumenta a absorção e pode provocar a manifestação de efeitos sistêmicos; no entanto, seu uso é indicado para o tratamento de dermatoses resistentes. A maior parte do fármaco é metabolizada principalmente no fígado a metabólitos inativos, seguida de excreção renal e em menor grau biliar.

Indicações

Alívio do prurido e da inflamação das dermatoses sensíveis a corticoides.

Dosagem

Aplicar uma fina camada na região afetada, uma a quatro vezes ao dia. Quando são usados curativos oclusivos (para psoríase e outras dermatoses persistentes) recomenda-se renovar o curativo a cada 12 horas e realizar uma nova aplicação de fludroxicortida.

Reações Adversas

O risco de manifestação de reações adversas com doses farmacológicas aumenta com a duração do tratamento, com o uso de curativos oclusivos, com a frequência de administração e em menor grau com a dose. Os efeitos adversos de maior importância clínica são: úlcera péptica, pancreatite, arritmias, alterações do ciclo menstrual, debilidade muscular, náuseas ou vômitos, estrias avermelhadas, afinamento da pele com hematomas não-habituais, feridas que não cicatrizam. São de incidência menos frequente: visão turva ou diminuída, diminuição do crescimento em crianças e adolescentes, aumento da sede, ardor, adormecimento, alucinações, depressões e outras alterações de estado anímico, hipotensão, urticária, sensação de falta de ar, sufoco no rosto ou faces, dor, formação de ampolas com pus, hemorragia retal; com o uso prolongado podem observar-se acne ou pele oleosa, rosto inchado ou arredondado, sardas do tipo verruga de cor vermelha-escura, estrias avermelhadas ou púrpuras em braços, pernas, tronco ou virilha, aumento não-habitual do crescimento de pelos, principalmente no rosto e perda do cabelo não-habitual. A absorção sistêmica de corticoides tópicos pode causar em alguns pacientes supressão reversível do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, manifestações da síndrome de Cushing, hiperglicemia e glicosúria.

Precauções e Advertências

Aconselha-se levar em consideração a relação risco-benefício na gravidez, pois estudos em animais indicam que quando se utiliza fludroxicortida de forma prolongada, a mesma é absorvida sistemicamente e pode produzir má-formações congênitas no feto. A administração de vacinas de vírus vivos em pacientes que recebem fludroxicortida não é indicada, pois pode potencializar a replicação dos vírus da vacina. Pode ser necessário aumentar a ingestão de proteínas durante o tratamento de longo prazo. Durante o tratamento aumenta-se o risco de infecção e em pacientes pediátricos ou geriátricos, o de efeitos adversos. Recomenda-se administrar a dose mínima eficaz durante o tratamento mais curto possível. É muito provável que pacientes de idade avançada em tratamento com corticoides desenvolvam hipertensão. Além disso, os idosos, principalmente as mulheres, são mais propensos a apresentar osteoporose induzida por corticoides. Não deve ser utilizado por períodos prolongados ou em doses elevadas em pacientes pediátricos pois a absorção sistêmica pode induzir supressão adrenal e retardo no crescimento das crianças. A aplicação prolongada, em amplas regiões, e os curativos oclusivos favorecem o incremento da absorção sistêmica. O uso em crianças, em mulheres grávidas e em mulheres que amamentam deve estar restrito a um curto período de tempo e pequenas áreas da pele. Sua administração deve ser avaliada na relação risco-benefício na presença de AIDS, cardiopatia, insuficiência cardíaca congestiva, hipertensão, diabetes mellitus, glaucoma de ângulo aberto, disfunção hepática, miastenia grave, hipertireoidismo, osteoporose, lúpus eritematoso, tuberculose ativa, disfunção renal severa.

Interações

A administração simultânea de fludroxicortida com paracetamol incrementa a formação de um metabólito hepatotóxico do paracetamol, aumentando o risco de hepatotoxicidade. O uso conjunto de anti-inflamatórios não-esteroidais (AINE) e fludroxicortida pode aumentar o risco de úlcera ou hemorragia gastrintestinal. A anfotericina B administrada junto com corticoides pode levar à hipocalemia grave. O risco de edema pode aumentar com o uso simultâneo de androgênios ou esteroides anabólicos. Diminui os efeitos dos anticoagulantes derivados da cumarina, heparina, estreptoquinase ou uroquinase. Os antidepressivos tricíclicos não aliviam e podem exacerbar as perturbações mentais induzidas pelos corticoides. Pode aumentar a concentração de glicose no sangue, portanto é necessário adequar a dose de insulina ou de hipoglicemiantes orais. As alterações no estado tireoide do paciente ou nas doses de hormônio tireoide (caso o paciente esteja em tratamento com o mesmo) podem fazer necessário um ajuste na dose de corticosteroides, pois no hipotireoidismo o metabolismo dos corticoides está reduzido e no hipertireoidismo está aumentado. Os anticoncepcionais orais ou estrogênios incrementam a meia-vida dos corticoides e conseqüentemente seus efeitos tóxicos. Os glicosídeos digitálicos aumentam o risco de arritmias. O uso de outros imunossupressores com doses imunossupressoras de corticoides pode aumentar o risco de infecção e a possibilidade de desenvolvimento de linfomas ou outros transtornos linfoproliferativos. Podem acelerar o metabolismo da mexiletina com diminuição de sua concentração no plasma.

Contra-indicações

Hipersensibilidade à fludroxicortida. Infecção micótica sistêmica.

Superdosagem

Efeitos sistêmicos: supressão reversível do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal.
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Interações de Fludroxicortida

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