CAMPTOSAR

4589 | Laboratório PFIZER

Descrição

Princípio ativo: Irinotecano,
Ação Terapêutica: Inibidores da topoisomerase

Composição

Cada mL da solução injetável de Camptosar® contém 20 mg de cloridrato de irinotecano (sal triidratado) equivalente a 17,33 mg de irinotecano. Excipientes: sorbitol, ácido láctico, solução de hidróxido de sódio, solução de ácido clorídrico e água para injetáveis.

Apresentação

Camptosar® solução injetável 20 mg/mL em embalagens contendo 1 frasco-ampola com 2 ou 5 mL de solução.
CUIDADO: AGENTE CITOTÓXICO
USO ADULTO

Indicações

Camptosar® (cloridrato de irinotecano) é indicado como agente único ou combinado no tratamento de pacientes com:
- Carcinoma metastático do cólon ou reto não tratado previamente;
- Carcinoma metastático do cólon ou reto cuja moléstia tenha recorrido ou progredido após terapia anterior com 5-fluoruracila;
- Neoplasia pulmonar de células pequenas e não-pequenas;
- Neoplasia de cólo de útero;
- Neoplasia de ovário;
- Neoplasia gástrica recorrente ou inoperável.
Camptosar® está indicado para tratamento como agente único de pacientes com:
- Neoplasia de mama inoperável ou recorrente;
- Carcinoma de células escamosas da pele;
- Linfoma maligno.

Dosagem

Camptosar® (cloridrato de irinotecano) deve ser conservado em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C), protegido da luz. Os frascos contendo o medicamento acabado devem ser protegidos da luz, mantidos dentro do cartucho até a utilização. O medicamento não deve ser congelado, mesmo quando diluído. Descartar devidamente qualquer solução não utilizada.
Precauções no Preparo e Administração
Assim como ocorre com outros agentes antineoplásicos potencialmente tóxicos, deve-se ter cuidado no manuseio e preparo de soluções para infusão contendo Camptosar®. Recomenda-se a utilização de luvas. Caso a solução de Camptosar® entre em contato com a pele, lave-a imediata e cuidadosamente com água e sabão. Caso o produto entre em contato com membranas mucosas, enxágüe cuidadosamente com água. Existem várias diretrizes publicadas a respeito do manuseio e descarte de agentes antineoplásicos.
Deve-se inspecionar visualmente o conteúdo do frasco-ampola quanto à presença de material particulado e coloração, antes da administração, e repetir essa inspeção no momento da transferência da solução do frasco-ampola para a seringa.
Preparo e Estabilidade da Solução para Infusão
Camptosar® deve ser diluído antes da infusão. O produto deve ser diluído, de preferência, em soro glicosado a 5% ou solução injetável de cloreto de sódio a 0,9%, para atingir uma concentração final de 0,12 a 2,8 mg/mL.
A solução é física e quimicamente estável por até 24 horas em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C) e em luz ambiente fluorescente. As soluções diluídas em soro glicosado a 5%, mantidas sob refrigeração (aproximadamente entre 2 e 8°>C) e protegidas de luz, permanecem física e quimicamente estáveis por 48 horas. Não se recomenda a refrigeração de soluções diluídas com cloreto de sódio a 0,9%, devido à baixa e esporádica incidência de material particulado visível. Deve-se evitar o congelamento do produto e de soluções contendo Camptosar®, uma vez que pode ocorrer precipitação do fármaco. Devido à possível contaminação microbiana durante a diluição, recomenda-se a utilização da solução preparada dentro de 24 horas, quando mantida sob refrigeração (entre 2 e 8°C), ou dentro de 6 horas, caso mantida em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C). Não se devem adicionar outros fármacos à solução de infusão.
Cuidados Especiais de Manuseio e Armazenamento
O frasco-ampola deve ser inspecionado quanto a danos e sinais visíveis de vazamentos antes do uso. Se estiver danificado, incinere a embalagem sem abri-la.
Camptosar® deve ser armazenado sob temperatura ambiente (entre 15 e 30°C), protegido da luz. Os frascos contendo o medicamento acabado devem ser protegidos da luz, mantidos dentro do cartucho até a sua utilização. O medicamento não deve ser congelado, mesmo quando diluído. Descartar devidamente qualquer solução não utilizada.
Incompatibilidades
Outros fármacos não devem ser adicionados à solução preparada para infusão.
POSOLOGIA
Cada mL da solução injetável de Camptosar® (cloridrato de irinotecano) contém 20 mg de cloridrato de irinotecano (sal triidratado).
Todas as doses de Camptosar® devem ser administradas em infusão intravenosa ao longo de 30 a 90 minutos.
A) Tratamento da neoplasia colo-retal
Esquemas posológicos como agente único
Esquemas posológicos como agente único foram extensivamente estudados na neoplasia colo-retal metastática. Estes regimes podem ser usados no tratamento de pacientes com outras indicações de câncer (Vide "Indicações").
Dose Inicial
Esquema Posológico Semanal:
a dose inicial recomendada de Camptosar® como agente único é de 125 mg/m2. Uma dose inicial menor pode ser considerada (por ex., 100 mg/m2) para pacientes com uma das seguintes condições: radioterapia extensa anterior, performance statusde 2, níveis aumentados de bilirrubina ou neoplasia gástrica.
O tratamento deve ser realizado em ciclos repetidos de 6 semanas, compreendendo infusão semanal por 4 semanas, seguido de 2 semanas de descanço. Recomenda-se que as doses posteriores sejam ajustadas a um valor máximo de 150 mg/m2 ou mínimo de 50 mg/m2, com incrementos de 25 mg/m2 a 50 mg/m2, dependendo da tolerância individual ao tratamento de cada paciente (vide tabela 5).
Esquema Posológico de 1 Vez a Cada 2 Semanas: a dose inicial usual recomendada de Camptosar® é de 250 mg/m2 a cada 2 semanas, por infusão intravenosa. Uma dose inicial menor pode ser considerada (por ex., 200 mg/m2) para pacientes com qualquer uma das seguintes condições: idade de 65 anos ou mais, radioterapia extensa anterior, performance statusde 2, níveis aumentados de bilirrubina ou neoplasia gástrica.
Esquema Posológico de 1 Vez a Cada 3 Semanas:a dose inicial usual recomendada de Camptosar® para o esquema posológico de 1 dose a cada 3 semanas é de 350 mg/m2 por infusão intravenosa. Uma dose inicial menor pode ser considerada (por ex., 300 mg/m2) para pacientes com qualquer uma das seguintes condições: idade de 65 anos ou mais, que receberam radioterapia extensa anterior, performance statusde 2, níveis aumentados de bilirrubina ou neoplasia gástrica.
Doses subsequentes devem ser ajustadas para 200 mg/m2, com incrementos de 50 mg/m2, dependendo da tolerância individual do paciente ao tratamento (vide tabela 5).
Desde que o paciente não desenvolva um efeito tóxico intolerável, o tratamento com ciclos terapêuticos adicionais de Camptosar® pode ser continuado indefinidamente, desde que os pacientes continuem a obter um benefício clínico.
Populações Especiais
Pacientes com Disfunção Hepática
Em pacientes com disfunção hepática, as seguintes doses iniciais são recomendadas (tabelas 3 e 4):



Pacientes com Disfunção Renal
Estudos nesta população não foram conduzidos (vide "Propriedades Farmacocinéticas - Populações Especiais"). Portanto, deve-se ter cautela em pacientes com disfunção renal. O irinotecano não é recomendado para o uso em pacientes sob diálise.
Esquemas Posológicos em Combinação
Dose Inicial
Camptosar®combinado com 5-fluoruracila (5-FU) e folinato de cálcio:
recomendado para uso em pacientes com neoplasia colo-retal metastática.
A dose inicial recomendada é de 125 mg/m² de Camptosar®, 500 mg/m² de 5-FU, e 20 mg/m2 de folinato de cálcio. Doses iniciais menores podem ser consideradas para o Camptosar® (por ex., 100 mg/m2) e 5-FU (por ex., 400 mg/m²) para os pacientes com qualquer uma das seguintes condições: idade de 65 anos ou mais ou que receberam radioterapia extensa anterior, performance statusde 2 ou que apresentam níveis aumentados de bilirrubina ou neoplasia gástrica. O tratamento deve ser dado em ciclos repetidos de 6 semanas, incluindo tratamento semanal por 4 semanas, seguido de um repouso de 2 semanas.
B) Tratamento dos outros tipos de neoplasias
Esquemas posológicos como agente único
Três esquemas posológicos são recomendados para o tratamento de outros tipos de neoplasias (vide "Indicações").
O esquema A deve ser utilizado no tratamento da neoplasia pulmonar de células pequenas e não pequenas, neoplasia da mama inoperável ou recorrente e carcinoma de células escamosas da pele. Os esquemas A e B devem ser empregados no tratamento de neoplasia de cólo de útero, neoplasia de ovário, neoplasia gástrica recorrente ou inoperável e neoplasia colo-retal (recorrente ou inoperável). O esquema C deve ser utilizado no tratamento de linfomas malignos (linfomas não-Hodgkin).
Esquema A
Administração de 100 mg/m² de cloridrato de irinotecano a adultos normais, 1 vez por semana, por 3 a 4 semanas, por infusão intravenosa, seguida de repouso de pelo menos 2 semanas. Esse curso da terapia é então repetido.
Esquema B
Administração de 150 mg/m² de cloridrato de irinotecano a adultos normais, 1 vez ao dia, a cada 2 semanas, 2 ou 3 vezes, por infusão intravenosa, seguida de repouso de pelo menos 3 semanas. Esse curso da terapia é então repetido.
Esquema C
Administração de 40 mg/m² de cloridrato de irinotecano, 1 vez ao dia, por 3 dias consecutivos, por infusão intravenosa. Repetir as administrações em ciclos semanais, por 2 ou 3 semanas consecutivas, seguidas de repouso de pelo menos 2 semanas. Esse curso da terapia é então repetido.
Esquemas Posológicos em Combinação
Camptosar®em combinação com a cisplatina
Camptosar®foi estudado em combinação com a cisplatina para a neoplasia de pulmão de células pequenas e não-pequenas, neoplasia de cólo de útero, neoplasia gástrica e neoplasia de esôfago. Esse esquema pode ser utilizado no tratamento de pacientes com outros tipos indicados de neoplasia, exceto para a neoplasia colo-retal (vide "Indicações").
A dose recomendada para início de tratamento é de 65 mg/m2 de Camptosar® e 30 mg/m2 de cisplatina. Uma dose menor inicial de Camptosar® (por ex., 50 mg/m2) pode ser considerada para pacientes com qualquer das seguintes condições: idade de 65 anos ou mais, radioterapia extensa anterior, performance statusde 2, níveis aumentados de bilirrubina ou neoplasia gástrica. O tratamento deve ser dado em ciclos repetidos de 6 semanas, incluindo tratamento semanal por 4 semanas, seguido de um repouso de 2 semanas.
Duração do tratamento
Tanto para o esquema de agente único como para o combinado, o tratamento com ciclos adicionais de Camptosar® pode ser continuado indefinidamente em pacientes que obtenham uma resposta tumoral ou em pacientes cuja neoplasia permaneça estável. Os pacientes devem ser cuidadosamente monitorados para toxicidade e devem ser retirados da terapia se ocorrer toxicidade inaceitável não responsiva à modificação da dose e cuidados rotineiros de suporte.
Recomendações para ajustes posológicos
A Tabela 5 descreve as modificações posológicas recomendadas durante um ciclo de tratamento e no início de cada ciclo subsequente de tratamento para o esquema posológico como agente único. Essas recomendações baseiam-se nos efeitos tóxicos observados comumente com a administração desse produto. Para modificações no inicio do ciclo subsequente de terapia, a dose de irinotecano deve ser diminuída à dose inicial do ciclo anterior.
O tratamento programado semanal com Camptosar® deve ser interrompido quando ocorrerem efeitos tóxicos intoleráveis ou de grau 3 ou 4. As modificações posológicas para efeitos tóxicos hematológicos que não a neutropenia (por ex., leucopenia, anemia ou trombocitopenia) durante uma sessão de tratamento são as mesmas recomendadas para a neutropenia. No início de uma sessão de tratamento subsequente, a dose do produto deve ser reduzida com base no pior grau de toxicidade observada na sessão prévia. Uma nova sessão de tratamento não deve ser iniciada até que o número de granulócitos tenha alcançado ?1.500/mm3, o número de plaquetas tenha alcançado ?100.000/mm3 e a diarreia relacionada ao tratamento tenha se resolvido completamente. O tratamento deve ser adiado por 1 a 2 semanas, para permitir a recuperação de efeitos tóxicos relacionados com o tratamento. Se o paciente não se recuperar após um adiamento de 2 semanas, deve-se considerar a interrupção do tratamento com Camptosar®.
Recomenda-se que os pacientes recebam agentes antieméticos como pré-medicação (vide "Advertências - Náusea e Vômitos").
As modificações de dose recomendadas durante um ciclo de terapia e no inicio de cada ciclo subsequente de terapia com irinotecano, 5-FU e folinato de cálcio estão descritas na Tabela 6.
As modificações de dose para irinotecano e cisplatina no inicio de cada ciclo de terapia estão descritos na Tabela 7, enquanto recomendações de modificações de dose durante um ciclo de terapia estão descritos na Tabela 8.
Todas as modificações de dose devem ser baseadas na pior toxicidade observada previamente. Um novo ciclo de terapia não deve ser iniciado até que o paciente tenha se recuperado para grau 2 ou menos da toxicidade. Tratamento deve ser adiado por 1 a 2 semanas para a recuperação da toxicidade relacionada ao tratamento. Se o paciente não se recuperar após um adiamento de 2 semanas, deve-se considerar a descontinuação do tratamento com Camptosar®.

Tabela 6: Modificações Recomendadas da Dose para Esquemas Combinados de Camptosar®/5-fluoruracila/folinato de cálcio
Pacientes devem retornar a função intestinal pré-tratamento, sem necessidade de medicação antidiarréica pelo menos 24 horas antes da administração de Camptosar®. Um novo ciclo de tratamento não deve ser iniciado até que a contagem dos granulócitos tenha alcançado ? 1500/mm3, a contagem das plaquetas ? 100.000/mm3 e diarreia relacionada ao tratamento esteja totalmente resolvida. O tratamento deve ser adiado por 1 a 2 semanas para permitir a recuperação das toxicidades relacionadas ao tratamento. Se o paciente não se recuperar depois de 2 semanas, deve-se considerar a interrupção do tratamento com Camptosar®.

Tabela 7: Modificações da Dose no Início de Um Novo Ciclo do Esquema Combinadode cisplatina e Camptosar® (mg/m2) - Com Base na Pior Toxicidade Observada no Ciclo Anterior
Um novo ciclo de tratamento não deve ser iniciado até que a contagem dos granulócitos tenha alcançado ? 1.500/mm3 e a contagem das plaquetas ? 100.000/mm3 e a diarreia relacionada ao tratamento esteja totalmente resolvida. O tratamento deve ser adiado por 1 a 2 semanas para permitir recuperação das toxicidades relacionadas ao tratamento. Se o paciente não se recuperar depois de 2 semanas, deve-se considerar a interrupção do tratamento com o Camptosar®.

Tabela 8: Modificações da Dose Durante Um Ciclo do Esquema Combinado de cisplatina e Camptosar® (mg/ml2) - Com Base na Pior Toxicidade Obsarvada no Ciclo Anterior

Dose omitida
Como esse é um medicamento de uso exclusivamente hospitalar, o plano de tratamento é definido pelo médico que acompanha o caso. Caso o paciente falte a uma sessão programada de quimioterapia com esse medicamento, ele deve procurar o seu médico para redefinição da programação de tratamento.
O esquecimento da dose pode comprometer a eficácia do tratamento.

Contra-indicações

Camptosar® (cloridrato de irinotecano) é contraindicado a pacientes com hipersensibilidade conhecida ao fármaco ou a qualquer componente da fórmula (vide "Advertências - Reações de Hipersensibilidade").

Reações Adversas

Estudos clínicos
Dados de reações adversas foram coletados e analisados extensivamente no programa de estudos clínicos de neoplasia colo-retal metastática recorrente ou que progrediu depois de terapia baseada em 5-FU (segunda linha) e são apresentados a seguir (população de pacientes descrita a seguir). Espera-se que as reações adversas ocorridas nas outras indicações sejam semelhantes às ocorridas nos casos de tratamento de segunda linha de neoplasia colo-retal.
Estudos clínicos como agente único, 100 a 125 mg/m2 em esquema de dose semanal
Em três estudos clínicos realizados nos EUA, 304 pacientes com carcinoma metastático do cólon ou reto que haviam apresentado recidiva ou avanço da doença após terapia baseada em 5-FU foram tratados com Camptosar® (cloridrato de irinotecano) em um esquema de dose semanal.
Cinco óbitos (1,6%) foram potencialmente fármaco-dependentes. Os cinco pacientes apresentaram efeitos adversos variados, que incluíram efeitos conhecidos do produto (mielossupressão, septicemia neutropênica sem febre, obstrução de intestino delgado, acúmulo de fluido, estomatite, náusea, vômitos, diarreia e desidratação). A neutropenia febril, definida como neutropenia de grau 4 pelo NCI e febre de grau 2 ou maior, ocorreu em outros nove pacientes, tendo esses pacientes se recuperado com tratamento de suporte. Oitenta e um pacientes (26,6%) foram hospitalizados devido a eventos considerados relacionados ao Camptosar®. As razões principais para a hospitalização fármacorelacionada foram diarreia, com ou sem náusea e/ou vômitos; neutropenia/leucopenia, com ou sem diarreia e/ou febre; e náuseas e/ou vômitos.
Foram realizados ajustes posológicos durante o ciclo de tratamento e nos ciclos subsequentes, com base na tolerância individual do paciente ao Camptosar®. As razões mais comuns para a redução de dose foram diarreia tardia, neutropenia e leucopenia. Treze pacientes (4,3%) descontinuaram o tratamento com irinotecano devido a eventos adversos.
Os eventos adversos (graus 1-4 NCI) relacionados ao fármaco conforme o julgamento do investigador, que foram relatados em mais de 10% dos 304 pacientes incluídos nos três estudos do esquema posológico semanal, estão listados em ordem decrescente de freqüência na Tabela 9.

Estudos clínicos como agente único, 300 a 350 mg/m2 em esquema de dose a cada 3 semanas
Trezentos e dezesseis pacientes com neoplasia colorretal metastática, nos quais a doença progrediu após t

Precauções

Administração:Camptosar® (cloridrato de irinotecano) deve ser administrado obrigatoriamente sob a supervisão de um médico com experiência no uso de agentes quimioterápicos para neoplasia. O controle apropriado de complicações somente é possível quando estiverem disponíveis os recursos adequados para diagnóstico e tratamento.
O uso de Camptosar® nas situações a seguir deve ser avaliado através da análise dos benefícios e riscos esperados, e indicado quando os benefícios superarem os possíveis riscos:
- em pacientes que apresentam um fator de risco (particularmente os com performance status = 2 OMS).
- em raros casos, onde os pacientes apresentam recomendações relacionadas ao controle de eventos adversos (necessidade de tratamento antidiarréico imediato e prolongado combinado a alto consumo de fluidos no início da diarreia tardia). Recomenda-se estrita supervisão hospitalar a tais pacientes.
Sintomas colinérgicos:os pacientes podem apresentar sintomas colinérgicos como rinite, salivação aumentada, miose, lacrimejamento, diaforese, rubor (vasodilatação), bradicardia e aumento do peristaltismo intestinal, que pode causar cólicas abdominais e diarreia em fase inicial da administração (por ex.: diarreia ocorrendo geralmente durante ou até 8 horas da administração de Camptosar®). Esses sintomas podem ser observados durante, ou logo após, a infusão de Camptosar®. Possivelmente eles se relacionam à atividade anticolinesterásica do fármaco inalterado e são mais frequentes em administração de doses mais altas. Em pacientes com sintomas colinérgicos a administração terapêutica, ou profilática, de atropina 0,25 a 1 mg por via intravenosa ou subcutânea deve ser considerada (a não ser que contra-indicada clinicamente).
Extravasamento:embora Camptosar® não seja, sabidamente, vesicante, deve-se tomar cuidado para evitar extravasamento e observar o local da infusão quanto a sinais inflamatórios. Caso ocorra extravasamento, recomenda-se infusão para "lavar" o local de acesso (flushing) e aplicação de gelo.
Hepático:em estudos clínicos foram observadas, em menos de 10% dos pacientes, anormalidades das enzimas hepáticas de graus 3 ou 4 de acordo com os Critérios Comuns de Toxicidade do National Cancer Institute (NCI). Esses eventos ocorrem tipicamente em pacientes com metástases hepáticas conhecidas e não estão claramente relacionados ao Camptosar®.
Hematológico: o Camptosar® frequentemente causa neutropenia, leucopenia e anemia, inclusive graves, devendo ser evitado em pacientes com insuficiência aguda grave da medula óssea. A trombocitopenia grave é incomum. Nos estudos clínicos, a freqüência de neutropenia graus 3 e 4 NCI foi significativamente maior em pacientes que haviam recebido previamente irradiação pélvica/abdominal do que naqueles que não haviam recebido tal irradiação. Pacientes com níveis séricos basais de bilirrubina total de 1,0 mg/dL ou mais, também tiveram uma probabilidade significativamente maior de ter neutropenia grau 3 ou 4 na primeira dose do que aqueles cujos níveis de bilirrubina eram menores do que 1,0 mg/dL. Não houve diferenças significativas na freqüência de neutropenia grau 3 ou 4 por idade ou sexo (vide "Advertências - Uso em Pacientes Especiais - Insuficiência Hepática" e "Posologia").
Neutropenia febril (neutropenia grau 4 NCI e febre grau ? 2) ocorreu em menos de 10% dos pacientes nos estudos clínicos. Mortes devido à sepse após neutropenia grave foram relatadas em pacientes tratados com Camptosar®. Complicações neutropênicas devem ser tratadas prontamente com suporte antibiótico. A terapia com Camptosar® deve ser temporariamente descontinuada caso ocorra neutropenia febril ou se a contagem absoluta de neutrófilos cair abaixo de 1000/mm3. A dose do produto deve ser reduzida no caso de ocorrência de neutropenia não-febril clinicamente significativa (vide "Posologia - Recomendações para ajustes posológicos").
Pacientes com atividade UGT1A1 reduzida. A conversão metabólica de irinotecano ao metabólito ativo SN-38 é mediada pela enzima carboxilesterase e ocorre primariamente no fígado. Subsequentemente o SN-38 sofre conjugação para formar o metabólito inativo glucuronida SN-38G. Esta reação de glucuronidação é mediada primariamente pela glucuronosil-difosfato uridina transferase 1A1 (UGT1A1), que é codificada pelo gene UGT1A1. Este gene é altamente polimórfico, resultando em capacidades metabólicas variáveis entre indivíduos. Uma variação específica do gene UGT1A1 inclui um polimorfismo na região promotora conhecida como alelo variante UGT1A1 28. Esta variação e outras deficiências congênitas na expressão UGT1A1 (tais como Crigler-Najjar e síndrome de Gilbert) estão associadas com a redução da atividade enzimática e exposição sistêmica elevada ao SN-38. Altas concentrações plasmáticas de SN-38 são observadas em indivíduos homozigóticos para o alelo UGT1A1*28 (também referente ao genótipo UGT1A1 7/6) versuspacientes que possuam um ou dois alelos tipo selvagem.
Dados de uma meta-análise de nove estudos envolvendo um total de 821 pacientes indicaram que indivíduos com síndrome Crigler-Najjar (tipos 1 e 2) ou aqueles considerados homozigóticos para o alelo UGT1A1*28 (síndrome de Gilbert) correm um risco elevado de toxicidade hematológica (graus 3 e 4) seguido de administração de Camptosar® de doses moderada à altas ( >150 mg/m2). A relação entre o genótipo UGT1A1 e a ocorrência do Camptosar® induzir diarreia, não foi estabelecida.
Deve ser administrada, em pacientes conhecidos como homozigóticos para UGT1A1*28, a dose inicial normal indicada para Camptosar®. Entretanto, estes pacientes devem ser monitorados quanto à toxicidade hematológica. Uma dose inicial reduzida de Camptosar® deve ser considerada em pacientes que já tenham sofrido toxicidade hematológica prévia com tratamento anterior. A redução exata da dose inicial nesses pacientes não foi estabelecida e quaisquer modificações de dose subsequente, devem ser baseadas na tolerância individual do paciente ao tratamento.
Reações de hipersensibilidade: foram relatadas reações de hipersensibilidade, inclusive reações anafilática/anafilactóide graves.
Efeitos imunossupressores/ Aumento da suscetibilidade a infecções: a administração de vacinas com microorganismos vivos ou atenuados em pacientes imunocomprometidos por agentes quimioterápicos, incluindo Camptosar®, pode resultar em infecções graves ou fatais. A vacinação com vacinas contendo microorganismos vivos deve ser evitada em pacientes recebendo Camptosar®. As vacinas com microorganismos mortos ou inativados podem ser administradas, no entanto, a resposta a esta vacina pode ser diminuída.
Diarreia tardia:a diarreia tardia (aquela que ocorre mais de 8 horas após a administração do produto) pode ser prolongada e pode levar à desidratação, desequilíbrio eletrolítico ou sepse, constituindo um risco de morte potencial. Nos estudos clínicos que testaram o esquema posológico a cada 3 semanas, a diarreia tardia for iniciada, em média, após 5 dias da infusão de Camptosar®; já nos estudos que avaliaram a posologia semanal, este intervalo médio era de 11 dias. Nos pacientes que começaram o tratamento com a dose semanal de 125 mg/m2, o tempo médio de duração de qualquer grau de diarreia tardia foi de 3 dias. Nos pacientes tratados com a dose semanal de 125 mg/m2 que tiveram diarreia grau 3 ou 4, o tempo médio de duração de todo o episódio de diarreia foi de 7 dias. Resultados de um estudo prospectivo de um esquema semanal de tratamento não demonstraram diferença na taxa de diarreia tardia em pacientes com 65 anos ou mais em relação a pacientes com menos de 65 anos. Entretanto, pacientes com 65 anos ou mais, devem ser monitorados de perto devido ao risco aumentado de diarreia precoce observada nesta população. Ulceração do cólon, algumas vezes com sangramento, foi observada em associação à diarreia induzida pelo irinotecano.
A diarreia tardia deve ser tratada com loperamida imediatamente após observar-se o primeiro episódio de fezes amolecidas, ou malformadas, ou ainda, na ocorrência de evacuações em freqüência maior do que a esperada pelo paciente. O regime de dose recomendado para a loperamida é de 4 mg à primeira ocorrência de diarreia tardia, seguidos de 2 mg a cada 2 horas até que o paciente não apresente diarreia por, pelo menos, 12 horas. Durante a noite, o paciente pode utilizar 4 mg de loperamida a cada 4 horas. O uso de loperamida nestas doses não é recomendado por mais de 48 horas consecutivas (risco de íleo paralítico) e nem por menos de 12 horas. A pré-medicação com loperamida não é recomendada. Pacientes com diarreia devem ser cuidadosamente monitorados e em caso de desidratação, devem ser realizadas reposições hídrica e eletrolítica. Se os pacientes apresentarem íleo paralítico, febre ou neutropenia grave, tratamento de suporte com antibióticos deve ser administrado. Além do tratamento antibiótico, a hospitalização é recomendada para o tratamento de diarreia, nos seguintes casos:
- diarreia com febre;
- diarreia grave (requerendo hidratação intravenosa);
- pacientes com vômito associado à diarreia tardia;
- diarreia persistindo por cerca de 48 horas após o início da terapia com altas doses de loperamida.
Após o primeiro ciclo de tratamento, os ciclos quimioterápicos semanais subsequentes só devem ser iniciados quando a função intestinal do paciente retornar ao padrão prétratamento por, pelo menos, 24 horas sem a necessidade de medicação antidiarréica. Se ocorrer diarreia tardia grau 2, 3 ou 4 (NCI), a administração de Camptosar® deve ser descontinuada e retomada em dose reduzida assim que o paciente se recuperar (vide "Posologia").
Doença inflamatória crônica e/ou obstrução intestinal:em caso de obstrução intestinal os pacientes não devem ser tratados com Camptosar®.
Náuseas e vômitos:Camptosar® é emetogênico, como os quadros de náuseas e vômitos podem ser intensos ocorrendo geralmente, durante ou logo após a infusão do irinotecano, recomenda-se que os pacientes recebam antieméticos pelo menos 30 minutos antes da infusão de Camptosar®. O médico também deve considerar a utilização subsequente de esquema de tratamento antiemético se necessário. Pacientes com vômito associado à diarreia tardia devem ser hospitalizados assim que possível para tratamento.
Neurológico: tontura foi observada e pode, algumas vezes, representar evidência sintomática de hipotensão ortostática em pacientes com desidratação.
Renal:elevação dos níveis séricos de creatinina ou uréia foram observados. Ocorreram casos de insuficiência renal aguda. Esses eventos foram atribuídos à complicações infecciosas ou à desidratação, relacionada à náusea, vômitos ou diarreia. Há raros relatos de disfunção renal decorrente de síndrome de lise tumoral.
Respiratório: observou-se dispneia de grau 3 ou 4 NCI, mas é desconhecido o quanto patologias preexistentes e/ou envolvimento pulmonar maligno contribuem para o sintoma.
Em estudos iniciais no Japão, pequena porcentagem dos pacientes evoluiu com uma síndrome pulmonar, com potencial risco de morte, que se apresenta através de dispneia, febre e de um padrão reticulonodular na radiografia de tórax. Porém, o quanto o Camptosar® contribuiu para estes eventos é desconhecido pois os pacientes também apresentavam tumores pulmonares e, alguns, moléstia pulmonar não maligna preexistente.
Doença pulmorar intersticial, manifestada através de infiltrado pulmonar, é incomum durante terapia com irinotecano. São fatores de risco para o desenvolvimento desta complicação: doenças pulmonares preexistentes, uso de fármacos pneumotóxicos, terapia de radiação e uso de fatores de estimulação de colônias. Na presença de um ou mais destes fatores o paciente deve ser cuidadosamente monitorado quanto a sintomas respiratórios antes e durante a terapia com Camptosar®.
Outros:uma vez que este produto contém sorbitol, não é recomendado o uso em pacientes com intolerância hereditária à frutose.
Atenção: este medicamento contém açúcar, portanto, deve ser usado com cautela em diabéticos.
Uso durante a Gravidez
Camptosar® pode causar danos ao feto quando administrado a mulheres grávidas. Estudos mostram que o irinotecano é teratogênico em ratos e coelhos. Não foram conduzidos estudos adequados e bem controlados com mulheres grávidas. As mulheres em idade fértil devem ser orientadas a evitar a gravidez enquanto estiverem sendo tratadas com este produto. Caso o fármaco seja utilizado durante a gravidez ou a paciente fique grávida enquanto estiver recebendo esse fármaco, ela deve ser informada dos riscos potenciais ao feto.
Camptosar® é um medicamento classificado na categoria D de risco de gravidez. Portanto, este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Informe imediatamente o médico em caso de suspeita de gravidez.
Uso durante a Lactação
Cinco minutos após a administração IV de irinotecano marcado em ratas, detectou-se radioatividade no leite, com concentrações até 65 vezes maiores do que as obtidas no plasma 4 horas após a administração. Assim, devido ao potencial para reações adversas graves em lactentes, recomenda-se que a amamentação seja descontinuada durante o tratamento com o produto.
Efeitos na Habilidade de Dirigir e Operar Máquinas
O efeito de Camptosar® sobre a habilidade de dirigir ou operar máquinas não foi avaliado. Entretanto, pacientes devem ser alertados sobre o potencial de tontura ou distúrbios visuais, que podem ocorrer dentro de 24 horas após a administração de Camptosar®, e aconselhados a não dirigir ou operar máquinas se estes sintomas ocorrerem (vide "Advertências").
USO EM IDOSOS, CRIANÇAS E OUTROS GRUPOS DE RISCO
Pediátrico:a eficácia do Camptosar® em pacientes pediátricos não foi estabelecida (vide "Propriedades Farmacocinéticas - Populações Especiais - Crianças").
Em 2 estudos abertos, de braço único, cento e setenta crianças com tumores sólidos refratários receberam 50 mg/m2 de irinotecano por 5 dias consecutivos, a cada 3 semanas. Destes, 54 pacientes (31,8%) evoluíram com neutropenia de grau 3-4, 15 (8,8%) com neutropenia febril, 35 (20,6%) com diarreia grau 3-4. Estes resultados são comparáveis aos obtidos em adultos.
Em outro estudo 21 crianças com rabdomiosarcoma não tratado previamente, receberam 20 mg/m2 de irinotecano por 5 dias consecutivos nas semanas 0, 1, 3 e 4; e subsequentemente terapia multimodal. O aumento da fase de agente único do irinotecano foi interrompido devido a alta taxa de doença progressiva (28,6%) e de mortes precoces (14%). O perfil de eventos adversos foi diferente do observado em adultos. O evento adverso de grau 3-4, mais significativo foi a desidratação observada em 6 pacientes (28,6%); associado a hipocalemia grave, em 5 pacientes (23,8%) e a hiponatremia, em 3 pacientes (14,3%). Além disto, infecções de grau 3-4 foram relatadas em 5 pacientes (23,8%) (durante todos os cursos de terapia e independente da relação causal).
Idosos: recomendações específicas sobre a dosagem para essa população dependem do esquema utilizado (vide "Posologia").
Insuficiência hepática:em pacientes com hiperbilirrubinemia, o clearance do irinotecano é diminuído (vide "Propriedades Farmacocinéticas - Populações Especiais") e, portanto, o risco de hematotoxicidade é aumentado. O uso de irinotecano em pacientes com concentração de bilirrubina sérica total acima de 3,0 x o limite superior estabelecido pelo laboratório, ainda não foi estabelecida (vide "Posologia - Populações Especiais"). A função hepática basal deve ser obtida antes do início do tratamento e monitorada mensalmente, com novas coletas se clinicamente indicado.
Radioterapia:pacientes submetidos previamente à irradiação pélvica/abdominal têm maior risco de mielossupressão após a administração de irinotecano. Estes casos exigem cautela e, dependendo do esquema preconizado, doses específicas podem ser necessárias (vide "Posologia").
Performance status (ECOG - Eastern Cooperative Oncology Group):pacientes com graus piores de performance statuspossuem risco aumentado de desenvolverem eventos adversos relacionados ao irinotecano. Recomendações específicas de dosagem para pacientes com ECOG performance statusde 2 podem se aplicar a essa população, dependendo do esquema utilizado (vide "Posologia"). Pacientes com performance statusde 3 ou 4 não devem receber Camptosar® (cloridrato de irinotecano). Em estudos clínicos que compararam pacientes recebendo irinotecano/5-fluoruracila/folinato de cálcio ou 5fluoruracila/folinato de cálcio, foram observadas taxas maiores de hospitalização, neutropenia febril, tromboembolismo, descontinuação do tratamento no primeiro ciclo e óbitos precoces em pacientes com performance status basal de 2, quando comparados a pacientes com performance statusbasal de 0 ou 1.
Neoplasia gástrica:pacientes com neoplasia gástrica parecem apresentar mielossupressão mais importante e outras toxicidades quando o irinotecano é administrado. Uma dose inicial mais baixa deve ser considerada nesses pacientes (vide "Posologia").

Resultados de eficácia

Câncer colo-retal
Foram realizados estudos clínicos com a administração de irinotecano em combinação com 5-fluorouracila (5-FU) e leucovorin (LV) e como agente único. Quando utilizado como um componente do esquema combinado, o irinotecano foi utilizado com um esquema semanal de "bolus" de 5-FU/LV ou em um esquema a cada 2 semanas de infusão de 5FU/LV. O esquema semanal e o esquema a cada 3 semanas foi utilizado com o irinotecano como agente único.
Tratamento de 1a linha em combinação com 5-FU/LV:
Dois estudos fase III, randomizados, multinacionais, suportam o uso de Camptosar® (cloridrato de irinotecano) como tratamento de 1a linha em pacientes com carcinoma metastático do cólon e reto. Em cada um dos estudos, a combinação de irinotecano e 5FU/LV foi comparada a 5-FU/LV isolado. O estudo 1 comparou a combinação de irinotecano com 5-FU/LV em "bolus" em esquema semanal, com um regime padrão de 5FU/LV em "bolus", administrado por 5 dias a cada 4 semanas. O estudo 2 avaliou 2 diferentes esquemas de administração de 5-FU/LV infusional, com ou sem irinotecano. Em ambos os estudos, a combinação de irinotecano + 5-FU/LV resultou em significativa melhora das taxas de resposta objetivas, tempo para progressão do tumor e sobrevida, quando comparado ao braço que utilizou 5-FU/LV isoladamente. A tabela abaixo destaca os principais resultados de eficácia:

Tratamento de 2a linha para doença recorrente ou progressiva após tratamento baseado em 5-FU/LV:
Esquema de dosagem semanal
Dados de 3 estudos abertos, com agente único, envolvendo 304 pacientes em 59 centros, suportam o uso de Camptosar® no tratamento de pacientes com câncer metastático de cólon e reto que recorreram ou progrediram após tratamento com 5-FU/LV. Esses estudos foram desenhados para avaliar a taxa de resposta tumoral e não forneceram informações sobre o benefício clínico atual, como os efeitos sobre a sobrevida e sintomas relacionados à doença. Em todos os estudos, Camptosar® foi administrado em ciclos de 6 semanas, consistindo de 1 infusão semanal durante 90 minutos (com doses de 100 mg/m2, 125 mg/m2 e 150 mg/m2 por infusão) por 4 semanas, seguidas de 2 semanas de descanso. Na análise ITT dos dados agrupados dos 3 estudos, 193 dos 304 pacientes iniciaram a terapia com a dose recomendada de 125 mg/m2. Entre esses pacientes, a taxa de resposta global foi de 15% (2 respostas completas e 27 respostas parciais). A maioria das respostas foram observadas nos primeiros 2 ciclos de tratamento e a duração mediana da resposta foi de 5,8 meses. A resposta não variou com relação ao sexo, idade (menores e maiores de 65 anos), presença de metástases únicas ou múltiplas, localização do tumor primário (cólon vs. reto) e irradiação prévia.
Esquema de dosagem a cada 3 semanas
Dois estudos multicêntricos e randomizados suportam o uso de irinotecano no esquema a cada 3 semanas em pacientes com câncer colo-retal metastático que recorreu ou progrediu após tratamento com 5-FU/LV. No primeiro estudo, o tratamento de 2a linha com irinotecano + Melhores Cuidados de Suporte (MCS) foi comparado com os MCS isoladamente. No segundo estudo, o tratamento de 2a linha com irinotecano foi comparado com 5-FU/LV em infusão. Em ambos os estudos, os pacientes receberam o irinotecano em uma dose inicial de 350 mg/m2 em infusão, durante 90 minutos, uma vez a cada 3 semanas. Um total de 535 pacientes foram randomizados nos 2 estudos. Os estudos demonstram uma vantagem de sobrevida significativa para irinotecano quando comparado com os MCS (p=0,0001) e com a terapia com 5-FU/LV (p=0,035). No estudo 1, a sobrevida mediana para os pacientes tratados com irinotecano foi de 9,2 meses comparado a 6,5 meses para os pacientes que receberam os MCS. No estudo 2, a sobrevida mediana para os pacientes tratados com irinotecano foi de 10,8 meses comparado com 8,5 meses para os pacientes que receberam 5-FU/LV infusional. Além da sobrevida, a utilização de irinotecano foi positiva em outros aspectos como no tempo para aparecimento de dor, tempo para deterioração do PS, tempo para perda de peso >5% e em alguns itens da avaliação de qualidade de vida.
Câncer de pulmão
Câncer de Pulmão de Células Não-Pequenas (CPCNP):
O irinotecano, particularmente em regimes de combinação (por exemplo, cisplatina, cisplatina/vindesida, etoposídeo), mostrou eficácia antitumoral no câncer de pulmão de células não-pequenas. Taxas de resposta de até 54% foram observadas em pacientes tratados com o regime irinotecano/cisplatina.
Dados em monoterapia: a utilização semanal de irinotecano (100 mg/m2) produziu taxas de resposta de aproximadamente 30% (apenas Respostas Parciais-RP) em pacientes previamente não-tratados com câncer de pulmão de células não-pequenas (CPCNP), com uma duração mediana de resposta de 15 semanas.
Dados em combinação: uma taxa de resposta de 52% (1 RC; 32 RP) foi obtida com a combinação de irinotecano e cisplatina no CPCNP avançado. Nesse estudo de fase II, 70 pacientes foram incluídos e a posologia utilizada do irinotecano foi de 60 mg/m2 no d1, d8 e d15, a cada 4 semanas. A dose de cisplatina utilizada foi de 80 mg/m2 no d1, a cada 21 dias. A duração mediana de resposta foi de 19 semanas e a sobrevida mediana foi de 44 semanas. O tempo para se alcançar a remissão foi, em média, de 28 dias.
Câncer de Pulmão de Células Pequenas (CPCP):
Dados em monoterapia: em estudos pequenos, o tratamento com irinotecano como agente único (100 mg/m2 por semana) produziu uma alta taxa de respostas objetivas (33% a 47%) em pacientes com CPCP previamente tratados, recidivados ou refratários. Uma taxa de resposta de 50% foi observada nos pacientes previamente não-tratados.
Dados em combinação: em um estudo fase III, o esquema de irinotecano+cisplatina foi comparado ao esquema etoposídeo+cisplatina no tratamento de pacientes com CPCP extensivo (n=154). O esquema contendo irinotecano resultou em uma maior sobrevida significativa (12,8 meses vs. 9,4 meses, p=0,002) e uma maior taxa de resposta tumoral global (84,4% vs. 67,5%, p=0,02). A sobrevida em 1 e 2 anos também foi significativamente maior no regime contendo o irinotecano (sobrevida 1 ano: 58,4% vs. 37,7%; sobrevida em 2 anos: 19,5% vs. 5,2%). O tamanho da amostragem proposto inicialmente nesse estudo era de 230 pacientes, mas o estudo foi interrompido precocemente, pois na análise interina já se demonstrou uma diferença significativa na sobrevida global.
Câncer de colo de útero
Um estudo de fase II avaliou o uso de Camptosar® + cisplatina no tratamento de 1a linha do câncer de colo de útero avançado. Nesse estudo, foram avaliadas 29 mulheres. A dose de irinotecano utilizada foi de 60 mg/m2 no d1, d8 e d15, a cada 4 semanas, enquanto a dose de cisplatina foi de 60 mg/m2 no d1, a cada 4 semanas. A resposta global nesse estudo foi de 59% (7% de RC e 52% de RP), com sobrevida mediana de 27,7 meses.
Câncer de ovário
O Camptosar® foi avaliado no tratamento de 2a linha do câncer recorrente de ovário em associação à cisplatina. Em um estudo fase II, 25 pacientes foram tratados com a associação de Camptosar®: 50 ou 60 mg/m2 no d1, d8 e d15, a cada 4 semanas e cisplatina: 50 ou 60 mg/m2 no d1, a cada 4 semanas. A resposta global de tratamento foi de 40%, com 2 respostas completas e 8 respostas parciais. A sobrevida mediana alcançada nesse estudo foi de 12 meses.
Câncer de estômago
Dados em monoterapia:em pacientes com câncer gástrico avançado previamente tratados ou virgens de tratamento, o uso de irinotecano como agente único na dose de 100 mg/m2/semana ou 150 mg/m2 a cada 2 semanas, promoveu 23% de resposta parcial (33% em pacientes virgens de tratamento).
Dados em combinação:a utilização combinada de irinotecano e cisplatina produziu taxa de resposta global de 48% (1 RC; 20RP) em pacientes com câncer gástrico metastático (n=44). A dose de irinotecano utilizada foi de 70 mg/m2, administrada no d1 e d15 a cada 4 semanas; a dose de cisplatina utilizada foi de 80 mg/m2, administrada no d1 a cada 4 semanas. O tempo mediano para resposta foi de 40 dias e a duração mediana de resposta foi de 176 dias. A sobrevida mediana dos pacientes foi de 272 dias.

Interação com outros medicamentos

- bloqueadores neuromusculares:a interação entre Camptosar® e bloqueadores neuromusculares não pode ser descartada, uma vez que o irinotecano tem atividade anticolinesterase. Fármacos com esta atividade podem prolongar o efeito neuromuscular do suxametônio e o bloqueio neuromuscular de fármacos não-despolarizantes podem ser antagonizados.
- agentes antineoplásicos: eventos adversos de Camptosar® (cloridrato de irinotecano), como a mielossupressão e a diarreia, podem ser exacerbados pela associação com outros agentes antineoplásicos que causem eventos adversos semelhantes.
- dexametasona: foi relatada linfocitopenia em pacientes em tratamento com Camptosar®, sendo possível que a administração de dexametasona como profilaxia antiemética possa aumentar a probabilidade de ocorrência desse efeito. Contudo, não foram observadas infecções oportunistas graves e nenhuma complicação foi especificamente atribuída à linfocitopenia.
Foi também relatada hiperglicemia em pacientes com histórico de diabetes mellitusou evidência de intolerância à glicose previamente à administração de Camptosar®. É provável que a dexametasona, aplicada como profilaxia antiemética, possa ter contribuído para o surgimento de hiperglicemia em alguns pacientes.
- proclorperazina:a incidência de acatisia nos estudos clínicos em esquema de doses semanais foi um pouco maior (8,5%, 4/47 pacientes) quando se administrou proclorperazina no mesmo dia que Camptosar®, do que quando esses fármacos foram administrados em dias separados (1,3%, 1/80 pacientes). Todavia, a incidência de 8,5% de acatisia encontrase dentro da faixa relatada para o uso de proclorperazina, quando administrada como um pré-medicamento para outras terapias quimioterápicas.
- laxantes:é esperado que laxantes usados durante a terapia com o irinotecano piorem a incidência ou gravidade da diarreia.
- diuréticos: desidratação secundária a vômitos e/ou diarreia pode ser induzida por Camptosar®. O médico pode considerar a suspensão do diurético durante o tratamento com o irinotecano e durante períodos de vômitos e diarreia ativos.
- anticonvulsivantes:a co-administração de fármacos anticonvulsivantes indutores do CYP3A (por ex.: carbamazepina, fenobarbital ou fenitoína) resultam numa redução da exposição ao metabólito ativo SN-38. Deve-se ter cautela ao iniciar ou substituir anticonvulsivantes não-indutores enzimáticos pelo menos 1 semana antes do início da terapia com Camptosar®.
- cetoconazol:o clearancedo Camptosar® é reduzido significativamente em pacientes recebendo cetoconazol concomitantemente ao irinotecano, aumentando a exposição ao SN-38. O cetoconazol deve ser descontinuado pelo menos 1 semana antes de iniciar o tratamento com Camptosar® e não deve ser administrado durante a terapia com irinotecano.
- erva de São João (Hypericum perforatum):a exposição ao metabólito ativo SN-38 é reduzida em pacientes utilizando concomitantemente erva de São João. Esta deve ser descontinuada pelo menos 1 semana antes do primeiro ciclo de irinotecano, e não deve ser administrada durante todo o tratamento com o quimioterápico.
- sulfato de atazanavir:co-administração de sulfato de atazanavir, um inibidor da CYP3A4 e UGT1A1 tem o potencial de aumentar a exposição sistêmica ao SN-38, o metabólito ativo do irinotecano. Médicos devem levar isto em consideração quando co-administrar estes fármacos.
- bevacizumabe: em um estudo, as concentrações de irinotecano presentes no plasma de pacientes recebendo apenas irinotecano/5-FU/FA foram similares às concentrações presentes no plasma de pacientes o recebendo em combinação com bevacizumabe. Concentrações de SN-38, metabólito ativo do irinotecano, foram analisadas em um subconjunto de pacientes (aproximadamente 30 por braço de tratamento). As concentrações de SN-38 foram, em média, 33% maiores em pacientes recebendo irinotecano/5-FU/FA em combinação com bevacizumabe quando comparadas às de pacientes recebendo apenas irinotecano/5-FU/FA. Devido à alta variabilidade entre os pacientes e à amostragem limitada, não é certo que o aumento observado nos níveis de SN-38 é referente ao bevacizumabe. Houve um pequeno aumento das reações adversas diarreia e leucopenia. Foram reportadas mais reduções de dose de irinotecano em pacientes recebendo irinotecano/5-FU/FA em combinação com bevacizumabe.
- vacinas: a administração de vacinas vivas ou atenuadas em pacientes imunocomprometidos por agentes quimioterápicos, incluindo irinotecano, pode resultar em infecções graves ou fatais. A vacinação com vacinas vivas deve ser evitada em pacientes recebendo irinotecano. As vacinas mortas ou inativadas podem ser administradas. Entretanto, a resposta a tais vacinas pode ser diminuída.

Cuidado de armazenamento

Camptosar® (cloridrato de irinotecano) deve ser conservado em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C), protegido da luz. Os frascos contendo o medicamento acabado devem ser protegidos da luz, mantidos dentro do cartucho até a sua utilização. O medicamento não deve ser congelado, mesmo quando diluído. Descartar devidamente qualquer solução não utilizada.

Indicado para o tratamento de:

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