Deferiprona

 

Terapias de Ação

Quelante férrico.
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Propriedades

Trata-se de um agente quelante de ferro, cuja estrutura química pertence à classe da 3-hidroxipiridin-4-ona. A deferiprona, ou 1,2-dimetil-3-hidroxipiridin-4-ona, é um ligante que se une ao ferro em uma proporção molar de 3:1 e não apresenta carga em pH fisiológico, tanto em sua forma livre como unida ao ferro. Os estudos clínicos demostraram que a deferiprona induz a excreção do ferro, onde previne ou reduz o aumento de ferro depositado no organismo em pacientes talassêmicos submetidos a regimes regulares de transfusão de sangue. Apresenta uma boa absorção por via oral, principalmente na parte superior do trato gastrintestinal. O pico de concentração sérica ocorre entre 45 a 60 minutos após administrada uma dose única em jejum; o pico de concentração é observado cerca de 2 horas após a administração realizada em forma conjunta com alimentos. Os alimentos não diminuem a absorção de deferiprona. O fármaco tem uma meia-vida de eliminação curta (2 a 3 horas), seu metabolismo é realizado predominantemente no nível hepático, por conjugação com ácido glicurônico. O metabólito formado não apresenta capacidade de ligar ferro, devido à inativação do grupo 3-hidroxi da deferiprona. Aproximadamente entre cerca de 70% a 90% da deferiprona livre são excretados pela via renal; o restante é eliminado nas fezes.

Indicações

Tratamento do excesso de ferro em pacientes com talassemia maior nos quais o tratamento com deferoxamina não é recomendado.

Dosagem

Pacientes adultos e crianças com idade superior a 10 anos de idade: via oral, 25 mg/kg de peso corporal por dia. Dose máxima recomendada: 100 mg/kg/dia. Administrar junto com os alimentos para diminuir a ocorrência de efeitos adversos.

Reações Adversas

As principais reações adversas compreendem agranulocitose grave (neutrófilos < 0,5x109/litro), neutropenia leve (neutrófilos < 1,5x109/litro), coloração marrom da urina devido à excreção do complexo deferiprona-ferro. Menos frequentemente podem observar-se náuseas, vômitos, gastrite e aumento do apetite; estes efeitos colaterais são registrados durante as primeiras semanas de tratamento. A administração conjunta de deferiprona com a alimentação pode reduzir estes sintomas. Foram também registradas artropatias e artralgias leves.

Precauções e Advertências

Não administrar a pacientes com idade inferior a 10 anos. Recomenda-se realizar contagens semanais de leucócitos, para vigiar a neutropenia. Caso seja detectada neutropenia, deve-se suspender imediatamente o tratamento e realizar hemogramas diários. Assim que a contagem de neutrófilos estiver normalizada, aconselha-se repetir os exames de sangue semanalmente, durante três semanas consecutivas, a fim de certificar-se quanto à recuperação total do paciente. Posto que o tratamento com deferiprona não deve ser iniciado se o paciente estiver em estado neutropênico, é recomendável que se realize a contagem diferencial de leucócitos antes de começar o tratamento com deferiprona. Em alguns casos de neutropenia grave, além da suspensão do tratamento, podem ser administrados fatores de crescimento de granulócitos, no próprio dia em que o evento for identificado. Não é recomendada nova tentativa de tratamento naqueles pacientes que tenham apresentado neutropenia associada a esta droga. Administrar com precaução em pacientes com insuficiência hepática e/ou renal. Recomenda-se realizar controles mensais de ferritina, com o propósito de avaliar a carga de ferro corpóreo e também de zinco, e instaurar uma terapia de substituição, em caso de deficiência. Estudos realizados em animais demostraram que deferiprona possui efeitos teratogênicos e embriotóxicos. Não foram realizados estudos de carcinogenicidade, porém o potencial mutagênico e clastogênico foi avaliado através dos resultados positivos observados nos testes in vitro de culturas de células (teste de mutação genética em mamíferos e de aberração cromossômica) e in vivo (teste de micronúcleo em macacos).

Interações

Até o presente não há registros de interações medicamentosas. Não obstante, como a deferiprona une-se a cátions metálicos, existe a possibilidade de interação com substâncias relacionadas com cátions trivalentes, como os antiácidos à base de alumínio. Não administrar deferiprona juntamente com vitamina C devido a que ambas as drogas induzem efeitos colaterais similares (quelação de ferro). Não administrar simultaneamente com substâncias potencialmente tóxicas para a medula óssea ou que possam causar agranulocitose, como interferona, cloranfenicol, clozapina, aminopirina, fenilbutazona, hidroxiureia e a associação trimetoprima/sulfametoxazol.

Contra-indicações

Hipersensibilidade conhecida à droga, mulheres grávidas ou em período de amamentação, pacientes com histórico de agranulocitose e/ou de episódios recorrentes de neutropenia e naqueles que estejam sob tratamento com drogas medulotóxicas.

Superdosagem

Não foram registrados casos de superdosagem até o presente. Caso ocorra, recomenda-se controlar os parâmetros hemodinâmicos dos pacientes, tais como pressão arterial e frequência cardíaca, e instaurar uma terapia sintomática de suporte.
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Interações de Deferiprona

Informação não disponível

Alguns medicamentos que contêm Deferiprona

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