Reações Adversas
Em geral, foram de natureza leve e transitórias, apresentando-se no início do tratamento e melhorando sem necessidade de modificar a dose. As reações adversas registradas com maior frequência (pelo menos em cerca de 1% dos casos) que chegaram a provocar a interrupção do tratamento em estudos clínicos controlados foram: náuseas, vômitos, diarreia, dispepsia, insônia, cãibras musculares, astenia, fadiga e anorexia. Observando classifação por aparelhos e sistemas, as reações adversas observadas, pouco frequentes (incidência entre 0,1 e 1% dos pacientes), foram similares às dos grupo placebo e são as que se mencionam a seguir. As reações adversas foram classificadas por sistema e são detalhadas utilizando as seguintes definições: reações adversas frequentes (as que foram observadas em pelo menos 1% dos pacientes) e reações adversas infrequentes (as que foram observadas entre 1% e 0,1% dos pacientes). Estas reações adversas não necessariamente estavam relacionadas com o tratamento com a donepezila e, na maioria dos casos, foram observadas com frequência similar àquela detectada nos pacientes tratados com placebo nos estudos controlados. Gerais. Frequentes: influenza, dor pré-cordial, odontalgias. Infrequentes: febre, edema facial periorbitário, hérnia de hiato, abscessos, celulite, calafrios, frialdade generalizada, embotamento dos sentidos, diminuição da atenção. Sistema cardiovascular. Frequentes: hipertensão, vasodilatação, fibrilação atrial, sufocação, hipotensão. Infrequentes: angina de peito, hipotensão postural, infarto do miocárdio, bloqueio atrioventricular (do primeiro grau), insuficiência cardíaca congestiva, arterite, bradicardia, doença vascular periférica, taquicardia supraventricular, tromboses de veias profundas. Aparelho digestivo. Frequentes: incontinência, sangramento gastrintestinal, inflamação, epigastralgia. Infrequentes: eructações, gengivite, aumento do apetite, flatulência, abscessos periodontais, colelitíase, diverticulite, sialorreia, boca seca, gastrite, cólon irritável, edema de língua, mal-estar epigástrico, gastrenterite, aumento dos níveis circulantes de transaminases, hemorroidas, icterícia, melena, polidipsia, úlcera duodenal, úlcera gástrica. Sistema endócrino. Infrequentes: diabetes mellitus, bócio. Sistema hematolinfático. Infrequentes: anemia, trombocitemia, trombocitopenia, eosinofilia, eritrocitopenia. Transtornos metabólicos e nutricionais. Frequentes: desidratação. Infrequentes: gota, hipocalemia, aumento da CPK, hiperglicemia, aumento de peso, aumento do LDH. Aparelho musculoesquelético. Frequentes: fraturas ósseas. Infrequentes: fraqueza muscular, fasciculação dos músculos da face. Sistema nervoso. Frequentes: ideias delirantes, tremores, irritabilidade, parestesia, tendência a agressividade, vertigens, ataxia, aumento da libido, inquietação, choro anormal, nervosismo, afasia. Infrequentes: acidente vascular cerebral, hemorragia intracraniana, AIT, instabilidade emocional, nevralgias, frialdade localizada, espasmos musculares, disforia, distúrbios da marcha, hipertonia, hipocinesia, neodermatite, entumecimentos localizados, paranoia, disartria, aumento da hostilidade, diminuição do libido, melancolia, retraimento emocional, nistagmo. Aparelho respiratório. Frequentes: dispneia, dor de garganta, bronquite. Infrequentes: epistaxe, alteração da secreção nasal, pneumonia, hiperventilação, congestão pulmonar, sibilos, hipóxia, faringite, pleurisia, colapso pulmonar, apneia durante o sono, roncos. Pele e anexos. Frequentes: prurido, diaforese, urticária. Infrequentes: dermatite, eritema, descoloração da pele, hiperqueratose, alopecia, dermatite fungosa, herpes-zóster, hirsutismo, estrias, suores noturnos, úlceras cutâneas. Sentidos especiais. Frequentes: cataratas, irritação ocular, visão turva. Infrequentes: xerostomia, glaucoma, otalgia, tinito, blefarite, hipoacusia, hemorragia retiniana, otites externa e média, disgeusia, hemorragia conjuntival, vertigem ao movimentar-se, manchas oculares. Aparelho geniturinário. Frequentes: incontinência urinária, enurese noturna. Infrequentes: disúria, hematúria, premência miccional, metrorragia, cistite, enurese, hipertrofia prostática, pielonefrite, obstrução urinária, fibroadenose mamária, enfermidade fibrocística das mamas, mastite, piúria, insuficiência renal, vaginite.
Superdosagem
Igualmente como no caso de qualquer tipo de superdose, devem-se utilizar medidas gerais de suporte. As superdoses de inibidores da colinesterase podem causar crises colinérgicas caracterizadas por náuseas intensas, vômitos, salivação, sudoração, bradicardia, hipotensão, depressão respiratória, colapso e convulsões. É possível ocorrência de uma maior fraqueza muscular, o que pode acarretar a morte se houver comprometimento dos músculos respiratórios. Tratamento da superdose: podem ser usados anticolinérgicos derivados do amônio terciário, como a atropina, como antídotos da superdose com donepezila. Recomenda-se a administração intravenosa de sulfato de atropina, titulado para obter o efeito desejado: uma dose incial de 1 mg a 2 mg por via intravenosa, devendo ser as doses subsequentes baseadas na resposta clínica. Foram registradas respostas atípicas da pressão arterial e da freqüência cardíaca quando outros colinomiméticos foram administrados conjuntamente com anticolinérgicos derivados do amônio quaternário, como glicopirrolato. Não se sabe se o donepezil ou seus metabólitos podem ser extraídos por diálise (hemodiálise, diálise peritoneal ou hemofiltração). Em animais, entre os sinais de toxicidade relacionados com a dose, mencionam-se redução da movimentação espontânea, posição de decúbito prono, marcha cambaleante, lacrimejamento, convulsões clônicas, depressão respiratória, salivação, miose, fasciculação e diminuição da temperatura da superfície corporal.