Propriedades
É um derivado do benzimidazol, de segunda geração, que se diferencia de seu antecessor, o omeprazol, por apresentar em sua estrutura química básica um grupo trifluoretoxi, razão pela qual alcança maior biodisponibilidade ( >30%) e potência farmacológica. Pela sua maior lipossolubilidade atravessa mais facilmente a membrana da célula parietal gástrica - responsável pela produção do ácido clorídrico - onde se transforma nos metabólitos ativos, dissulfureto e sulfonamida. Estes, ao se unirem aos grupos sulfidrílicos (SH) da bomba de prótons H+/K+-ATPase, inibem a secreção acidopéptica. Em estudos recentes, observou-se que o lansoprazol exerce efeito bactericida sobre o Heliobacter pylori, microrganismo Gram-negativo flagelado, ao qual se atribui um papel na produção de gastrite e na recidiva da doença gastroduodenal ulcerosa. O efeito inibidor sobre o H. pylori se alcança com concentrações inibidoras mínimas (CIM90) muito baixas (6,25 mg/ml), comparadas com outros fármacos (subcitrato de bismuto, ranitidina ou omeprazol). Nos ensaios farmacodinâmicos em animais roedores (ratos) e não-roedores (cães), o lansoprazol demonstrou potência 10 vezes maior que o omeprazol na prevenção da úlcera experimental (por ácido acético, ácido acetilsalicílico ou ligação pilórica). Com dose única de 30 mg por via oral, obtém-se inibição significativa da secreção acidopéptica, que perdura por mais de 24 horas, mantendo o pH intragástrico em valores maiores do que 3. Lansoprazol é um fármaco lábil aos ácidos, razão pela qual para administração por via oral são usadas cápsulas contendo microgrânulos gastrorresistentes, como ocorre no omeprazol. Após a sua administração alcança o pico máximo (1.038 mg/ml) entre 1 e 2 horas. Aparentemente, a biodisponibilidade é afetada pela ingestão de alimentos, já que estes atrasariam a sua absorção e esta limitaria a sua farmacocinética. No meio ácido da célula parietal, o lansoprazol transforma-se em seus metabólitos ativos: dissulfureto (AG-1812) e sulfonamida (AG-2000). Sua meia-vida de eliminação é de 1,3 a 1,7 horas, porém se prolonga em pessoas de idade avançada ou com insuficiência hepática considerável. É eliminado na forma de metabólitos inativos: lansoprazol-sulfona e hidroxilansoprazol, e não foi detectada na urina a droga inalterada. Em estudos clínicos comparativos com omeprazol quanto a esofagite por refluxo, úlcera gástrica, úlcera duodenal e Síndrome de Zollinger-Ellison, demonstrou-se que o lansoprazol possui um índice elevado de curas clinicoendoscópicas e ótima tolerância, também em tratamentos prolongados. A dose média efetiva de 30 mg diários, em ingestão única, produz inibição acidopéptica efetiva, que alcança 90% aos 7 dias de tratamento, bloqueando a bomba ácida de prótons, que é passo final da secreção gástrica cloridropéptica.
Indicações
Doença gastroduodenal ulcerosa, esofagite por refluxo, úlcera gástrica, úlcera duodenal, síndrome de Zollinger-Ellison.
Dosagem
A dose recomendada para o tratamento da úlcera duodenal e da esofagite por refluxo é de 30 mg diários, em dose única longe das refeições. Estima-se a duração média do tratamento em 2 a 4 semanas para úlcera duodenal e de 4 a 8 semanas para úlcera gástrica ou esofagite por refluxo. Nos pacientes com síndrome de Zollinger-Ellison, deve-se individualizar a dose efetiva a fim de manter a secreção ácida entre 0 e 10 mmol/h, porém pode ser alcançada a dose de 60 a 120 mg diários. Na doença gastroduodenal ulcerosa, que não cicatriza em um período de 4 a 8 semanas, pode-se tentar aumentar a dose para 60 mg diários e controlar a lesão por via endoscópica.
Reações Adversas
A tolerância é boa; somente em alguns pacientes foram observados diarreia ou constipação, náuseas, cefaleia, erupção cutânea de intensidade leve, que desaparecem ao descontinuar o fármaco.
Interações
A administração conjunta de antiácidos diminui a biodisponibilidade do fármaco, como ocorre com os bloqueadores H2 (ranitidina, famotidina). Pode induzir um ligeiro aumento (10%) na liberação de teofilina e redução na meia-vida da fenazona. Certos fármacos que são metabolizados no citocromo hepático P450 (hidantoína, diazepam, anovulatórios) podem apresentar farmacocinética e eliminação alteradas.
Risco na gravidez
Sin riesgo para el feto. No existen estudios controlados en humanos o los estudios en animales sí indican un efecto adverso para el feto, pero en estudios bien controlados con mujeres gestantes, no se ha demostrado riesgo fetal. En general, se carecen de estudios clínicos adecuados para mujeres embarazadas.