Metoxisaleno

 

Terapias de Ação

Fotossensibilizador UV cutâneo.
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Propriedades

O metoxsaleno, extraído das sementes de Amni majus, pertence à família dos psoralenos ou furocumarinas. Sua ingestão provoca um marcado aumento na reatividade da pele diante da radiação ultravioleta A (UVA), ou seja, age como fotossensibilizador. Após a aplicação tópica ou a ingestão, a exposição à luz natural ou artificial pode provocar dano celular. Após a administração oral, o metoxsaleno atinge a pele por via hemática; a radiação UVA penetra na pele e isto pode provocar dano suficiente para gerar uma resposta inflamatória, que geralmente se apresenta como eritema retardado que começa umas horas após a exposição à radiação e atinge maior gravidade em 48-72 horas. O tempo durante o qual a pele continua sensibilizada ou quando o eritema atinge sua máxima expressão é muito variável de uma pessoa para outra. A inflamação é seguida de vários dias ou semanas de atividade reparadora (incremento da melanização epidérmica, espessamento do estrato córneo). O mecanismo terapêutico é desconhecido, embora se acredite que sejam os melanócitos do folículo piloso os que começam a migrar, proliferar e reconstituir a epiderme. No tratamento da psoríase, o efeito é atribuído a um incremento do dano fotolítico ao DNA (união do metoxsaleno ativado a uma cadeia de DNA e formação de ligações cruzadas entre duas fitas de DNA), que causaria principalmente uma diminuição da proliferação celular, mas poderiam estar envolvidos mecanismos vasculares, leucocitários e reguladores do crescimento celular.

Indicações

Psoríase: a combinação de metoxsaleno via oral com radiação UVA em doses controladas (fotoquimioterapia) é indicada para o controle sintomático da psoríase severa, recalcitrante e incapacitante, com diagnóstico confirmado por biópsia, e que não responde de maneira adequada a outro tipo de terapia. Vitiligo: aplicado em forma tópica em conjunto com doses controladas de radiação UVA (320-400 nm) ou com exposição à luz solar favorece a repigmentação.

Dosagem

O metoxsaleno deve ser ingerido 1,5 a 2 horas antes da exposição a UVA, em doses adequadas ao peso do paciente: < 30kg, 10 mg de metoxsaleno; de 30 a 50 kg, 20 mg; de 51 a 65, 30 mg; de 66 a 80, 40 mg; de 81 a 90, 50 mg; de 91 a 115 kg, 60 mg; >115 kg, 70 mg. A dose média pode ser repetida em dias alternados, e não mais, pois 48 horas é o tempo mínimo em que se desenvolve a toxicidade retardada. Segundo o tipo de pele, a dose de energia de radiação UVA entregue em forma inicial deveria ser calculada como segue: a) tipo de pele 1 (paciente que sempre se queima e nunca se bronzeia) e pacientes com psoríase eritrodérmica: 0,5 joules/cm2; b) pele tipo 2 (paciente que sempre se queima, mas às vezes se bronzeia): 1,0 joules/cm2; c) pele tipo 3 (paciente que às vezes se queima, mas sempre se bronzeia): 1,5joules/cm2; d) pele tipo 4 (paciente que nunca se queima e sempre se bronzeia): 2,0 joules/cm2; e) pele tipo 5 (pele moderadamente pigmentada): 2,5 joules/cm2; e f) pele tipo 6 (pele negra): 3,0 joules/cm2. O tempo de exposição deve ser calculado em função da irradiação das lâmpadas emissoras de UVA utilizadas no tratamento. A loção de metoxsaleno é aplicada sobre uma região bem definida, afetada por vitiligo, região que depois será exposta à radiação UVA; esse processo deve ser repetido uma vez por semana para que os primeiros resultados possam ser observados em poucas semanas; mesmo assim, a repigmentação completa pode levar de 6 a 9 meses. Pode-se requerer um retratamento periódico para conservar a pigmentação da pele.

Reações Adversas

Náuseas, nervosismo, insônia, depressão psíquica, que podem ser evitados ingerindo metoxsaleno com leite ou alimentos. Em combinação com UVA: prurido, eritema, edema, tonturas, dor de cabeça, mal-estar, depressão, hipopigmentação, bolhas, herpes simples, urticária, desordens gastrintestinais, cãibras nas pernas, hipotensão e extensão da psoríase.

Precauções e Advertências

Em estudos clínicos, o metoxsaleno combinado com UVA tem demonstrado gerar um incremento no risco de carcinoma cutâneo de células escamosas, que é dose-dependente com relação à radiação UVA. Em trabalhos nos quais a dose de radiação administrada foi baixa, o risco de carcinoma no melanoma não aumentou. No tratamento do vitiligo evidenciou-se um incremento no desenvolvimento de queratose nas regiões despigmentadas. Para evitar o risco de cataratas, o paciente que recebe metoxsaleno deve realizar proteção ocular (óculos de sol que absorvam UVA) durante as 24 horas seguintes à ingestão do medicamento; durante a terapia com UVA os olhos devem ficar cobertos; a pele de lugares sensíveis (abdome, mamas, genitais) deve ser protegida durante o primeiro terço da terapia; os genitais masculinos devem ser cobertos (exceto se estiverem afetados pela doença). Os pacientes devem evitar a exposição à luz solar, inclusive através de janelas ou sob nebulosidade, durante as 8 horas seguintes ao consumo de metoxsaleno; se a exposição não pode ser evitada, devem ser utilizados luvas, chapéu, uma tela solar que absorva UVA (grau 15 ou maior) sobre toda a área não coberta. Deve evitar-se tomar banhos de sol até 48 horas depois da terapia. A exposição a UVA produz fotoenvelhecimento da pele. Os pacientes com histórico de carcinoma de células basais devem ser cuidadosamente observados e tratados, se for necessário. Pacientes previamente tratados com arsênio ou expostos a raios X devem ser observados por sinais de carcinoma. Os pacientes com dano hepático devem ser tratados com precaução, devido à necessidade de intervenção hepática na biotransformação do fármaco para sua eliminação urinária. Os pacientes com doença cardíaca não devem ser tratados em câmaras de exposição a UVA verticais.

Interações

Agentes fotossensibilizadores: antralina, breu ou derivados, griseofulvina, fenotiazinas, ácido nalidíxico, salicilanilidas halogenadas (sabonetes bacteristáticos), sulfonamidas, tetraciclinas, tiazidas e certos corantes orgânicos (azul de metileno, azul de toluidina, rosa de Bengala e laranja de metila).

Contra-indicações

Sensibilidade aos psoralenos. Os pacientes que tenham sofrido doenças associadas com fotossensibilidade (lúpus eritematoso sistêmico, protoporfiria eritropoética, porfiria cutânea retardada, porfiria variegada, xerodermia pigmentosa e albinismo) não devem ser tratados com metoxsaleno, exceto em circunstâncias especiais. Melanoma ou antecedentes de melanoma. Carcinoma invasivo de células escamosas. Em crianças menores de 12 anos não foram estudadas a eficácia e a segurança do tratamento.

Superdosagem

Induzir o vômito e manter o paciente em um quarto escuro pelo menos por 24 horas.
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Interações de Metoxisaleno

Informação não disponível

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