Nicergolina

Vasodilatador cerebral.

A partir do núcleo químico básico do ácido lisérgico do esporão de centeio foram sintetizadas diferentes ergolinas com atividade bloqueadora adrenérgica entre as quais se destaca a nicergolina. Suas ações farmacológicas são qualitativamente similares às ergopeptinas, embora esse derivado seja quantitativamente mais potente. Como os outros derivados do esporão de centeio (di-hidroergotamina, di-hidroergocristina) a nicergolina, que no lugar do polipeptídeo possui em sua estrutura um derivado bromado do ácido nicotínico, desenvolve efeitos antiadrenérgicos bloqueando competitivamente os receptores a-adrenérgicos. À sua atividade sobre a musculatura lisa vascular, especialmente cerebral, une-se um efeito energético neuronal sobre a energia gerada na mitocôndria. Pode ser administrada por via oral sublingual ou por via parenteral (IM-IV); é rapidamente absorvida no trato gastrintestinal e difunde-se amplamente ao sangue e tecidos. Parece não provocar os efeitos estimulantes centrais (vômitos, bradicardia, hipotensão arterial) que os diidroderivados do esporão de centeio ocasionalmente desencadeiam, especialmente quando empregadas doses elevadas. Como todos os derivados do ergot esses fármacos têm um intenso metabolismo hepático com uma mínima eliminação renal.

Insuficiência cerebrovascular. Arteriosclerose cerebral. Acúfenos. Síndromes vasculares isquêmicas. Déficit cognoscitivo em pacientes idosos.

A dose média indicada é de 30 mg por dia, administrados por via oral (10 mg cada 8 horas). Também emprega-se em uma dose única diária de 30 mg em formas farmacêuticas de liberação prolongada. Pode ser indicada a certos pacientes por via parenteral em dose de 4 mg cada 8-12 horas.

Não foram informados efeitos adversos de importância com a nicergolina. Raramente foram observados: obstrução nasal, náuseas e transtornos gastrintestinais. A nicergolina não possui os efeitos vasoconstritores dos alcaloides naturais do ergot.

Deve-se monitorar a manifestação de bradicardia ou hipotensão após a administração parenteral. Realizar um diagnóstico cuidadoso e exaustivo antes de indicar nicergolina pois os sintomas e sinais sobre os quais o fármaco atua são de etiologia desconhecida.

Hipersensibilidade conhecida ao fármaco. Não administrar a pacientes com psoríase aguda ou crônica sem um estudo etiológico prévio.