Sultamicilina

 

Terapias de Ação

Antibiótico.
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Propriedades

A sultamicilina é um éster duplo no qual a ampicilina e o inibidor da betalactamase, o sulbactam, estão unidos mediante um grupo metileno. A sultamicilina é o éster sulfona oximetilpenicilinato da ampicilina, cujo peso molecular é de 594,7. Após a administração oral, a sultamicilina é hidrolisada, durante a absorção, a sulbactam e ampicilina em uma proporção molar de 1:1 na circulação sistêmica. Sua biodisponibilidade é de 80% e não é afetada se administrada após as refeições. Os níveis máximos de ampicilina no soro após a administração de sultamicilina são aproximadamente o dobro dos atingidos com uma dose igual de ampicilina oral. As meias-vidas de eliminação em voluntários sadios são de aproximadamente 0,75 e 1 hora para sulbactam e ampicilina, respectivamente; são excretados 50% a 75% de cada agente na urina, de forma inalterada. As meias-vidas de eliminação são incrementadas em pacientes de idade avançada e naqueles com disfunção renal. Embora o sulbactam não possua atividade antibacteriana útil, exceto contra Neisseriaceae, Acinetobacter calcoaceticus, Bacteroides spp. , Branhamella catarrhalis e Pseudomonas cepacia, os estudos bioquímicos em sistemas bacterianos livres de células demonstraram que é um inibidor irreversível de várias betalactamases importantes, que se apresentam em germes resistentes à penicilina. A propriedade do sulbactam de evitar a destruição das penicilinas pelos microrganismos resistentes foi confirmada em estudos com germes completos, que utilizam cepas resistentes, nos quais o sulbactam desenvolve efeitos sinérgicos notáveis quando administrado junto com as penicilinas, enquanto que possui pouco ou nenhum efeito sobre a atividade da penicilina no ataque contra cepas sensíveis. O componente bactericida da sultamicilina é a ampicilina, que da mesma forma que a benzilpenicilina age diante de microrganismos sensíveis durante a etapa de multiplicação ativa, por inibição da biossíntese de mucopeptídios da parede celular. Possui ação bactericida e seu efeito depende da sua capacidade para atingir e se unir às proteínas que ligam penicilinas (PBP-1 e PBP-3) localizadas na membrana citoplasmática bacteriana. As bactérias que se dividem rapidamente são as mais sensíveis à ação das penicilinas. A sultamicilina possui o mesmo espectro de ação básico que a ampicilina e cobre os germes que adquiriram resistência à ampicilina por produção de betalactamases. A sultamicilina é eficaz contra um amplo espectro de bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, incluindo Staphylococcus aureus e epidermidis (incluindo cepas resistentes à penicilina e algumas resistentes à meticilina), Streptococcus pneumoniae, Streptococcus faecalis e outras espécies de Streptococcus; Haemophilus influenzae e parainfluenzae (cepas betalactamase-positivas e negativas); Branhamella catarrhalis; anaeróbios incluindo Bacteroides fragilis e espécies relacionadas; Escherichia coli; espécies de Klebsiella; espécies de Enterobacter, Morganella morganii; espécies de Citrobacter, Neisseria meningitidis e Neisseria gonorrhoeae.

Indicações

Infecções causadas por microrganismos sensíveis à combinação ampicilina + sulbactam. As indicações típicas são: infecções das vias respiratórias superiores e inferiores, incluindo sinusite, otite média e epiglotite; pneumonias bacterianas; infecções das vias urinárias e pielonefrite; infecções intra-abdominais, incluindo peritonite, colecistite, endometrite e celulite pélvica; septicemia bacteriana; infecções de pele, tecidos moles, ossos e articulações e infecções gonocócicas.

Dosagem

Adultos (incluindo idosos): 375 a 750 mg, duas vezes por dia, via oral. Crianças com menos de 30kg: 25 a 50 mg/kg/dia divididos em duas doses, dependendo da gravidade da infecção e segundo critério médico. Crianças que pesem 30 kg ou mais: idem dose habitual para adultos. Geralmente o tratamento deve continuar até 48 horas após o desaparecimento da pirexia e de outros sinais. Normalmente o tratamento é administrado durante 5 a 14 dias mas o período de tratamento pode ser prolongado, caso necessário. No tratamento da gonorreia não complicada, a sultamicilina pode ser administrada na forma de uma dose única oral de 2,25 g. Deve administrar-se 1g de probenecida simultaneamente, com o propósito de prolongar as concentrações de sulbactam e ampicilina no plasma. Os casos de gonorreia, onde se suspeita de lesão de sífilis, devem ser submetidos a exames de campo escuro antes de receber a sultamicilina e a provas sorológicas mensais durante pelo menos quatro meses. Recomendam-se pelo menos 10 dias de tratamento para qualquer infecção causada por estreptococos hemolíticos, para evitar a manifestação de febre reumática aguda ou glomerulonefrite. Em pacientes com disfunção renal grave (aclaramento de creatinina 30 ml/min), as cinéticas de eliminação de sulbactam e ampicilina são afetadas de forma similar; portanto, a proporção no plasma de uma ou outra permanecerá constante. A dose de sultamicilina nesses pacientes deve ser administrada com menos frequência, de acordo com a prática habitual para a ampicilina.

Reações Adversas

A maioria foi leve ou moderada e tolerada ao continuar o tratamento. Alguns pacientes podem ser hipersensíveis à sultamicilina e desenvolver reações alérgicas e anafilaxia. Gastrintestinais: o efeito secundário mais frequente foi diarreia/evacuações moles. Também foram observados náuseas, vômitos, mal-estar epigástrico e dor abdominal/cólicas. Como outros antibióticos tipo ampicilina, podem apresentar-se raramente enterocolite e colite pseudomembranosa. Cutâneas e anexos: com pouca frequência foram observados exantema e prurido. Outras: em raras ocasiões sonolência/sedação, fadiga/mal-estar e cefaleias. Como a mononucleose possui origem viral, não deve ser utilizada sultamicilina no tratamento dessa afecção, pois uma elevada porcentagem de pacientes com mononucleose que recebem ampicilina desenvolve rash cutâneo. A sultamicilina pode apresentar todas as reações adversas próprias da ampicilina.

Precauções e Advertências

Como com outros antibióticos, podem aparecer sinais de supercrescimento de microrganismos não sensíveis, incluindo fungos. Em caso de superinfecção, o fármaco deve ser suspenso ou terapia adequada deve ser administrada. Aconselha-se fazer exames periódicos para determinar disfunção dos diferentes órgãos e sistemas durante a terapia prolongada, incluindo os sistemas renal, hepático e hematopoiético.Uso durante a gravidez: os estudos de reprodução em animais não revelaram evidências de fertilidade alterada ou dano no feto devido à sultamicina. No entanto, não foi estabelecida a segurança para o uso durante a gravidez no ser humano. Uso durante a lactação: baixas concentrações de ampicilina e sulbactam são excretadas no leite; portanto, a sultamicilina deve ser administrada com precaução à mãe em período de lactação. Uso em crianças: a principal via de excreção de sulbactam e ampicilina é a via urinária; recomenda-se cautela na administração de sultamicilina, pois a função renal não está totalmente desenvolvida em neonatos. Em pacientes que recebem terapia com penicilina foram informadas reações (anafiláticas) graves de hipersensibilidade e em algumas ocasiões fatais. É mais provável que essas reações ocorram em indivíduos com antecedentes de hipersensibilidade à penicilina ou reações de hipersensibilidade a alérgenos múltiplos. Informou-se que indivíduos com antecedentes de hipersensibilidade à penicilina experimentaram reações adversas severas quando tratados com cefalosporinas. Antes de administrar penicilinas deve-se fazer um interrogatório cuidadoso quanto a reações prévias de hipersensibilidade às mesmas, a cefalosporinas e outros alérgenos. Caso ocorra uma reação alérgica, suspender o fármaco e aplicar a terapia adequada. As reações anafiláticas graves requerem um tratamento de emergência imediato com adrenalina. O oxigênio, os esteroides intravenosos e a conservação da permeabilidade da via aérea, incluindo a intubação, devem ser utilizados segundo o indicado.

Interações

Com fármacos: a administração simultânea de alopurinol e ampicilina aumenta substancialmente a incidência de rash em pacientes que recebem ambos os fármacos, em comparação com os que recebem ampicilina isoladamente. Não existem dados em relação à administração concomitante de sultamicilina e alopurinol; no entanto, é possível que ocorra a mesma interação. É preferível não indicar terapia simultânea com fármacos bacteriostáticos (cloranfenicol, eritromicina, sulfamidas ou tetraciclinas), pois podem interferir no efeito das penicilinas em casos clínicos onde seja necessário um efeito bactericida rápido. O uso simultâneo com anticoncepcionais orais que contenham estrogênios pode diminuir sua eficácia. A probenecida diminui a secreção tubular renal das penicilinas com prolongação da meia-vida de eliminação e aumento do risco de toxicidade.

Contra-indicações

Hipersensibilidade à sultamicilina. Antecedentes de reação alérgica a qualquer penicilina. Doença gastrintestinal (colite ulcerosa, enterite regional ou colite associada com antibióticos). Mononucleose infecciosa. Disfunção renal.
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Interações de Sultamicilina

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