Composição
Cada comprimido contém: mesilato de di-hidroergotamina 1 mg, dipirona sódica 350 mg, cafeína 100 mg. Excipientes:amido, celulose microcristalina, estearato de magnésio, povidona, corante amarelo FDC n°. 5 laca de alumínio, corante amarelo FDC n°. 6 laca de alumínio e manitol.
Apresentação
Comprimidos 1 mg + 350 mg + 100 mg: blíster com 12 comprimidos.
USO ORAL
USO ADULTO
Indicações
Cefaliv é destinado ao tratamento das crises agudas de enxaqueca e outras cefaléias de origem vascular.
Dosagem
Tomar 1 a 2 comprimidos ao primeiro sinal de enxaqueca; caso não haja melhora da sintomatologia, ingerir 1 comprimido a cada 30 minutos, até um máximo de 6 comprimidos ao dia. Não utilizar por mais de 10 dias consecutivos.
Contra-indicações
Este medicamento é contra-indicado para menores de 18 anos.
Cefaliv é contra-indicado em pacientes que apresentem: enxaqueca hemiplégica/basilar, hipersensibilidade a produtos derivados dos alcaloides do ergot, infarto do miocárdio, doença vascular periférica, gravidez e lactação, hipotensão prolongada, sepse, insuficiência hepática/renal grave, hipertensão descontrolada, doença isquêmica do coração, angina, cirurgia vascular. Devido à presença da dipirona sódica na sua formulação, Cefaliv é contra-indicado nos casos de discrasias sanguíneas, supressão da medula óssea, hipersensibilidade à dipirona, aspirina ou outros medicamentos anti-inflamatórios. Deve-se ter precaução em pacientes com condições cardíacas incluindo hipertensão, agravadas pela retenção de líquidos e edema, deficiência de glicose-6-fostato desidrogenase, história de ulceração gastrointestinal, hemorragia ou perfuração, infecção pré-existente, porfiria.
Este medicamento é contra-indicado para uso por pacientes com severo comprometimento da função hepática ou renal.
Categoria de risco na gravidez: X.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas ou que possam ficar grávidas durante o tratamento.
Contra-indicado durante o aleitamento materno.
Este medicamento não deve ser utilizado durante a lactação. Os alcalóides do ergot inibem a lactação e podem causar ergotismo no neonato.
Reações Adversas
Em estudo realizado com o produto, os eventos adversos mais comuns foram:
Muito comuns ( >10%): epigastralgia, sonolência, tontura, náuseas
Comuns (1 a 10%): mialgia, vômitos, parestesias, azia, boca seca, astenia, hipotensão, taquicardia, rash cutâneo, sudorese, dor abdominal, confusão mental e dispepsia
Incomuns (0,1 a 1%): plenitude gástrica, insônia e diarréia
Abaixo se encontram os eventos relacionados a cada um dos componentes isoladamente.
Di-hidroergotamina
Efeitos Cardiovasculares
A di-hidroergotamina, quando associada à heparina, pode levar ao aumento do risco de vasoespasmo.
Taquicardia transitória, dor precordial, taquicardia sinusal transitória, bradicardia, hipotensão, hipertensão, hemorragia cerebral, acidente cerebrovascular, doença isquêmica do intestino, infarto do miocárdio, isquemia periférica, hemorragia subaracnóidea, vasoespasmo ou claudicação resultando em dor nas extremidades foram associadas ao uso da di-hidroergotamina.
A incidência de vasoconstrição e gangrena parecem ser menores com a di-hidroergotamina que com a ergotamina.
Sintomas de ergotismo devido ao uso de altas doses de di-hidroergotamina (ou uso prolongado) incluem: alterações da circulação manifestadas através de esfriamento da pele, dor muscular severa e estase vascular, que pode resultar em gangrena. Os sintomas são relacionados à vasoconstrição intensa e formação de trombos.
Efeitos Dermatológicos
Edemas localizados e pruridos podem ocorrer no ergotismo crônico.
Necrose muscular e da pele ocorreram durante o tratamento em conjunto com a heparina para a profilaxia de trombose venosa profunda.
Efeitos Endócrinos/Metabólicos
A di-hidroergotamina foi associada a ataques agudos de porfiria e considerada insegura para os pacientes porfíricos.
Efeitos Gastrointestinais
Náusea, vômito, desconforto epigástrico e constipação podem ocorrer durante o uso de di-hidroergotamina, particularmente com altas doses e durante administração prolongada.
Efeitos Neurológicos
Parestesias em extremidades, fraqueza nas pernas, cefaléia, confusão, sedação e possivelmente convulsões foram associados a altas doses ou uso prolongado de di-hidroergotamina. Esfriamento da pele, dormência e palidez das extremidades são indicativos de ergotismo.
Efeitos oftálmicos
Miose pode estar presente durante ergotismo crônico.
Efeitos Renais
Falência renal pseudocrônica foi relatada em uma paciente que utilizou 10 mg ao dia de di-hidroergotamina durante 2 semanas e 20mg em 24 horas.
Efeitos Respiratórios
Alterações pleuropulmonares foram encontradas em 8 pacientes que utilizaram derivados do ergot (incluindo a di-hidroergotamina) por tempo prolongado (de 16 meses a 15 anos). Todos os pacientes apresentaram espessamento pleural ou efusão. Os sintomas foram resolvidos em alguns meses após a suspensão do medicamento.
Cafeína
Efeitos Cardiovasculares
Cafeína em altas doses (maiores que 250 mg/dia) pode produzir arritmia cardíaca, rubor facial, palpitações, taquicardia, hipertensão,aumento do risco de infarto do miocárdio.
A ingestão moderada de cafeína prolonga significativamente a duração do QRS, porém não a duração da onda P ou a freqüência cardíaca.
Efeitos Endócrinos/Metabólicos
Reação comum ( >1/100 e < 1/10): acidose e cicatrização anormal.
Alterações nos níveis séricos de glicose (hipoglicemia e hiperglicemia) edos níveis hormonais foram relatadas com o uso da cafeína, incluindo diminuição na biodisponibilidade da testosterona e aumento dos níveis de estrona e de hormônios sexuais ligados a globulinas.
O uso excessivo de cafeína pode resultar em hipocalemia, paralisia muscular e sintomas consistentes com a rabdomiólise.
Efeitos Musculoesqueléticos
Um estudo retrospectivo caso-controle demonstrou que o consumo diário de altas doses de cafeína foi associado à lombalgia crônica.
Efeitos Neurológicos
Cefaléia é um dos sintomas mais característicos da retirada da cafeína.
Cafeína em altas doses pode causar reações adversas no sistema nervoso central como agitação, excitação, insônia, nervosismo, irritabilidade, tremores e espasmos musculares.
Efeitos Psiquiátricos
Psicose foi relatada devido ao uso de cafeína.
Efeitos Renais
Cafeína pode promover diurese com doses acima de 250 mg/dia.
Efeitos no Sistema Reprodutor
O consumo de cafeína tem sido associado à diminuição dos níveis de fertilidade.
Efeitos Respiratórios
Hiperventilação e taquipnéia foram associadas ao uso de doses maiores que 250 mg/dia de cafeína.
Efeitos Dermatológicos
Reação comum ( >1/100 e < 1/10): rashcutâneo, pele seca, ruptura de pele.
Efeitos Gastrointestinais
Reação comum ( >1/100 e < 1/10): intolerância alimentar, enterocolite necrosante, gastrite e hemorragia gastrointestinal.
Efeitos Hematológicos
Reação comum ( >1/100 e < 1/10): coagulação intravascular disseminada, hemorragia.
Outros
Alterações na voz foram observadas após dose única de 250 mg de cafeína.
Dipirona
Reações anafiláticas foram raramente relatadas em pacientes que utilizaram a dipirona, que podem se manifestar com prurido, ardor, rubor, urticária, edema, dispnéia, e sintomas gastrintestinais, podendo progredir para formas mais graves como urticária generalizada, angioedema grave, broncoespasmo, arritmias cardíacas, queda da pressão sanguínea e choque circulatório. Também podem ocorrer erupções como exantema (raramente) e síndrome de Stevens-Johnson ou Lyell (em casos isolados).
Efeitos Cardiovasculares
Reações hipotensivas transitórias isoladas podem ocorrer ocasionalmente após a administração da dipirona, em casos raros estas reações apresentam-se sob a forma de queda crítica da pressão sanguínea.
Efeitos Hematológicos
Podem ocorrer raramente leucopenia e, em casos muito raros, agranulocitose ou trombocitopenia.
Efeitos Renais
Em casos muito raros, especialmente em pacientes com história de doença renal, pode ocorrer piora aguda da função renal, em alguns casos com oligúria, anúria ou proteinúria. Em casos isolados pode ocorrer nefrite intersticial aguda.
Efeitos Endócrinos/Metabólicos
A dipirona também está entre as drogas que podem desencadear crises agudas em pacientes com porfiria.
"Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - NOTIVISA, disponível em http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal."
Precauções
Atenção: Este produto contém o corante amarelo de TARTRAZINA que pode causar reações de natureza alérgica, entre as quais asma brônquica, especialmente em pessoas alérgicas ao ácido acetilsalicílico.
Cefaliv deve ser destinado ao tratamento das crises de dor; não sendo indicado para tratamento prolongado ou profilático.
Devido às ações estimulantes da cafeína sobre a secreção gástrica, recomenda-se que seu uso em pacientes portadores de gastrite e úlceras gastroduodenais seja feito somente após criteriosa avaliação médica dos riscos e benefícios envolvidos.
Uma vez que ocasionalmente pode ocorrer sedação, o paciente deve evitar dirigir veículos ou operar máquinas.
O uso contínuo de alcalóides do ergot pode resultar em superdosagem crônica e deve ser evitado.
Resultados de eficácia
Em estudo multicêntrico realizado em 14 centros, foram incluídos 667 pacientes com quadros de cefaléia vascular e enxaqueca que foram orientados a tomar 1 ou 2 comprimidos de Cefaliv aos primeiros sinais de enxaqueca. Caso não houvesse melhora dos sintomas o paciente deveria tomar mais um comprimido a cada 30 ou 40 minutos até a remissão dos sintomas ou até ser alcançada a dose máxima de 6 comprimidos ao dia. Todos os sintomas apresentaram diminuição importante da intensidade após o tratamento. A dor remitiu em 72.2% dos casos, as náuseas em 76.7% dos casos, as tonturas em 77% e os vômitos em 86.9% dos pacientes. Vale ressaltar que 90% dos sintomas que persistiram ao final do tratamento foram de intensidade leve a moderada. Cerca de 52% dos pacientes apresentaram melhora completa dos sintomas com a dose inicial ou com apenas um comprimido adicional. Quando observamos os pacientes que necessitaram de até 2 comprimidos adicionais este número sobe para 75.5%. Na avaliação global da eficácia, os resultados excelentes e bons totalizaram 92.8% dos casos e a tolerabilidade foi considerada excelente ou boa em 92.7% dos casos.
Rodrigues EJ, Brito Neto AJ, Cunha J. Avaliação da eficácia terapêutica e tolerância da associação di-hidroergotamina, cafeína e dipirona no tratamento das crises de enxaqueca e cefaléia. Rev Bras Med. 1995; 52(10): 1234-40.
Interação com outros medicamentos
A literatura cita as seguintes interações, apesar de não possuírem significância clínica conhecida:
Interação medicamento/medicamento:
O uso concomitante de Cefaliv com inibidores potentes do CYP3A4, como antiretrovirais (inibidores de protease e de transcriptase reversa), antibióticos macrolídeos (imidazólicos e triazólicos), antifúngicos, antidepressivos (fluoxetina, fluvoxamina e nefazodona), metronidazol e zileuton pode elevar a concentração de ergotamina no plasma, aumentando o risco de ergotismo. A lidocaína e agentes vasoconstritores quando associados ao Cefaliv,podem produzir elevação extrema da pressão arterial. O uso de Cefaliv concomitante com agentes que causam vasoespasmo (como sumatriptam) pode resultar em efeito aditivo, levando a um prolongamento do vasoespasmo. O propranolol pode potencializar a ação vasoconstritora da ergotamina, portanto seu uso associado ao Cefalivdeve ser feito com cautela, apenas sob orientação médica. A nitroglicerina pode elevar a AUC da ergotamina em até 50%, portanto seu uso em pacientes que utilizam Cefaliv demanda cuidado. A associação de Cefaliv com inibidores da recaptação da serotonina (dexfenfluramina e sibutramina) pode aumentar o risco de síndrome serotoninérgica.
No caso dos triptanos e de outras medicações contendo derivados do ergot, um intervalo de 24 horas deve ser respeitado entre o uso das duas drogas.
Interação medicamento/alimento:
Está contra-indicada a ingestão de toranja (grapefruit) por pacientes que utilizam Cefaliv, pois esta fruta pode aumentar os níveis séricos de derivados do ergot e, conseqüentemente, aumentar o risco de ergotismo.
Interação medicamento/substância química:
A nicotina pode provocar vasoconstricção em alguns pacientes, predispondo a uma resposta isquêmica mais acentuada à terapia com derivados do ergot. Outras drogas como dronedarona, rilonacept e tocilizumabe também podem alterar os níveis séricos da ergotamina e requerem monitoração adequada durante o uso concomitante a Cefaliv.
Interação medicamento/doença:
A di-hidroergotamina foi associada a crises agudas de porfiria e não é considerada segura para uso em pacientes porfíricos.
Cuidado de armazenamento
Conservar em temperatura ambiente (temperatura entre 15 e 30°C). Proteger da luz e umidade.
Desde que respeitados os cuidados de armazenamento, o medicamento apresenta uma validade de 36 meses a contar da data de sua fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Cefaliv é um comprimido levemente alaranjado, redondo, com barra de divisão em uma face e gravação Cefaliv na outra.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Superdose
Os sintomas da superdosagem aguda de ergotamina incluem vertigens; náuseas, vômitos, dor abdominal; fraqueza nas pernas; dor muscular nos membros; diminuição de temperatura, formigamento, dormência e palidez dos dedos; dor precordial; alteração do ritmo cardíaco e/ou da pressão arterial; edema localizado; prurido; insuficiência renal, coloração avermelhada da urina; cefaléia, insônia, agitação, nervosismo; sonolência, confusão mental, convulsões, coma.
O tratamento da superdosagem consiste na remoção de Cefaliv pela indução da emese, lavagem gástrica e tratamento sintomático. A emese não deve ser induzida se o paciente apresentar sonolência. Pode ser indicado o uso de anticoagulantes e drogas vasodilatadoras.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
Dizeres legais
MS - 1.0573.0069
VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA
Esta bula foi aprovada pela Anvisa em 03/07/2014.
Medicamentos relacionados com CEFALIV