Imunoglobulina humana

 

Terapias de Ação

Agente de imunização passiva inespecífico. Imunomodulador em certas doenças autoimunes.
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Propriedades

Mecanismo de ação: trata-se de um medicamento derivado do sangue humano, injetável estéril e não pirogênico, contendo os anticorpos normais da população ou imunoglobulina do tipo G (IgG) polivalente, em suas diferentes subclasses IgG1, IgG2, IgG3 e IgG4, semelhante ao soro ou plasma de partida. Este exercem funções de opsonização, neutralização e ativação do complemento, contra agentes virais e bacterianos. Os mecanismos da ação imunossupressora da IgG são variados. Na púrpura trombocitopênica idiopática (PTI), ligam-se ao receptor Fc dos macrófagos do sistema reticuloendotelial (SRE), bloqueando sua capacidade de captar plaquetas revestidas de anticorpos. Postula-se também que este bloqueio seja realizado por eritrócitos revestidos pela IgG. Em pacientes com doença de Kawasaki, púrpura trombocitopênica e outras patologias, observou-se que a IgG reduz o coeficiente CD4/CD8, bloqueando a ativação de linfócitos B e T. Atividade anti-idiotipo: as IgG têm uma função reguladora e estabilizadora da síntese de anticorpos, pode evitar a união de fragmentos C3/C4 do complemento nas células-alvo; inibe a liberação de interleucina 1 e fator de necrose tumoral por parte dos macrófagos ativados; inibe a citotoxicidade por células natural killer (NK). Farmacocinética: quando se administra intravenosamente uma solução de IgG, cerca de 100% dos anticorpos que ingressam estarão disponíveis imediatamente na circulação. O pico de concentração máxima (Cmáx) é alcançado rapidamente nas primeiras 24 horas e em seguida a IgG começa a equilibrar-se com o espaço extravascular em um processo no qual podem diferenciar-se duas fases: uma fase, nos primeiros 3 a 5 dias pós-infusão onde a Cmáx alcançada inicialmente decai entre aproximadamente 30% a 50%, devido à distribuição extravascular da IgG e à IgG deteriorada, que forma agregados. Esta rápida diminuição ocorre de modo inadvertido quando a concentração pré-infusão de IgG é normal. A distribuição dos anticorpos entre os compartimentos intra- e extravascular pode exigir alguns dias para chegar ao nível de equilíbrio, podendo alcançar aproximadamente 40% a 50% do pico durante a primeira semana pós-infusão. A outra fase estende-se desde o dia 5 ao 30, onde se observa uma diminuição gradual da IgG sérica devido ao catabolismo normal desta imunoglobulina no organismo. A meia-vida da IgG após o equilíbrio inicial com o espaço extracelular é de 21 a 25 dias e este fato explica que a terapia de substituição possa estar espaçada de 3 a 4 semanas, sendo esta a duração do efeito. Não obstante, existem fatores que podem diminuir a meia-vida das IgG por estímulo de seu catabolismo, como as infecções, perdas renais ou intestinais e a gravidez. As imunoglobulinas G e o complexo IgG são degradados pelo sistema reticuloendotelial (SER). No caso de produtos cuja via de administração seja por via intramuscular ou subcutânea, a absorção da imunoglobulina administrada desde o sítio de injeção tem início aproximadamente 20 minutos após a aplicação. O nível máximo (Cmáx) no sangue é alcançado geralmente entre os 2 a 3 dias após a injeção intramuscular. A meia-vida sobe para 3 semanas em média. A IgG e os complexos-IgG são metabolizados em células do SRE.

Indicações

Imunodeficiência primária: especialmente indicada para o tratamento dos estados de agamaglobulinemia congênita. Imunodeficiência comum variável. Síndrome de Wiskott-Aldrich. Insuficiência grave combinada. Imunodeficiência com hipergamaglobulinemia IgM, ligada a X. Leucemia linfocítica crônica de células B. Infecção HIV pediátrica. Púrpura trombocitopênica idiopática (PTI) em crianças e adultos, com alto risco de sangramento ou antes de uma cirurgia, para corrigir a contagem de plaquetas. Síndrome de Kawasaki. Transplantes de medula óssea. Doenças autoimunes como síndrome de Guillain-Barré, lúpus eritematoso sistêmico (LES), dermatomiosite, doença de Wegener etc.

Dosagem

As doses variam de acordo com a patologia a ser tratada. A administração pode ser por via subcutânea, intramuscular ou intravenosa, de acordo com o produto.

Reações Adversas

Podem ocorrer dor e sensibilidade locais no sítio da injeção. Ocasionalmente podem sobrevir as seguintes reações indesejadas: reações alérgicas incluindo queda da pressão arterial, dispneia, reações cutâneas, em casos isolados chegando a choque anafilático com risco de vida, inclusive quando o paciente não havia evidenciado hipersensibilidade a administrações prévias. Reações generalizadas como calafrios, febre, cefaleia, mal-estar, náuseas, vômitos, dores articulares e dores lombares leves. Reações do sistema circulatório, especialmente em caso de injeção intravascular acidental. Reações locais: no lugar da injeção subcutânea/infusão: tumefação, inflamação, eritema, endurecimento, calor local, prurido, hematomas ou "rash" cutâneo. Em caso de aplicação intramuscular podem observar-se dores localizadas, sensibilidade à pressão ou tumefações.

Precauções e Advertências

Não administrar por via intravenosa os produtos que estejam destinados à administração subcutânea ou intramuscular: uma injeção intravascular pode fazer com que o paciente desenvolva sintomas similares ao choque, especialmente em casos de síndrome de deficiência de anticorpos. Portanto, em caso de aplicação intramuscular, recomenda-se fazer aspiração do êmbolo da seringa para certificar-se de que a ponta da agulha não se encontre dentro de nenhum vaso. Da mesma maneira, os produtos destinados a ser administrados por via intravenosa devem ser utilizados unicamente por esta via. Pacientes com agamaglobulinemia ou hipogamaglobulinemia extrema, que nunca tenham recebido tratamento com imunoglobulina G intravenosa podem desenvolver reação inflamatória. Para evitar reações colaterais recomenda-se iniciar a infusão com doses baixas e perfusão lenta. Em caso de uma reação anafilática ou anafilactoide grave deve interromper-se a infusão imediatamente e instaurar-se o tratamento indicado nestes casos (por ex., epinefrina, corticoides, anti-histamínicos etc.). A administração intravenosa de altas doses de imunoglobulina G intravenosa pode produzir aumento da viscosidade plasmática. Este fato foi observado em caso de hiperviscosidade preexistente com patologias como hipergamaglobulinemia, hiperfibrinogenemia e/ou em doença vascular oclusiva ou ainda em transtornos tromboembólicos. Nestes casos recomenda-se reduzir previamente a viscosidade do plasma e/ou a dose e velocidade de infusão. Não usar a solução quando esteja turva, ou apareçam sedimento ou partículas em suspensão. Não usar a solução caso esta tenha sido previamente congelada. O produto deve ser aplicado quando esteja à temperatura do corpo. Descartar o restante do produto após a infusão. Gravidez: Categoria C. A IgG atravessa a placenta e passa também para o leite materno. A segurança do emprego de IgG intravenosa durante a gravidez e a amamentação não foi estabelecida em estudos clínicos controlados. Apesar de a experiência clínica disponível atestar que não há riscos de efeitos adversos no curso da gravidez ou durante a amamentação, seu emprego nestas condições deverá ser feito somente a critério do médico assistente. As imunoglobulinas são secretadas pelo leite materno e podem contribuir para a transferência de anticorpos protetores para o neonato.

Interações

A administração de IgG intravenosa pode diminuir a eficácia das vacinas com vírus atenuados (sarampo, rubéola, caxumba e varicela) durante pelo menos 6 semanas, podendo chegar a 3 meses posteriores a sua administração, razão pela qual após a administração deste produto recomenda-se deixar transcorrer 3 meses para a aplicação de vacinas com vírus atenuados. Não é necessário nenhum intervalo em relação às seguintes vacinações: vacinas orais de vírus vivos (por ex., contra a poliomielite, febre tifoide), dado que após a vacinação a imunidade é gerada principalmente no intestino; vacinas que contenham patógenos inativados (por ex., gripe, TB, raiva, pertussis, vacinas Haemophilus influenzae tipo b [Hib]) ou vacinas anatoxinas (por ex., difteria, tétano e a combinação de vacinas pertinentes). Interferência com provas sorológicas: quando se realizam provas sorológicas após a administração de imunoglobulinas, deve-se recordar que os concentrados de imunoglobulina proporcionam ao paciente um aumento transitório de anticorpos transmitidos de maneira passiva que podem conduzir a resultados falso-positivos durante algum tempo. A transmissão passiva de anticorpos contra antígenos de eritrócitos, por ex., A, B, C e D, pode interferir em algumas provas sorológicas a respeito dos anticorpos de eritrócitos.

Contra-indicações

Quando existe hipersensibilidade aos componentes da fórmula. Em pacientes com hipersensibilidade reconhecida à infusão intravenosa ou intramuscular de imunoglobulinas. Em pacientes com deficiência seletiva de IgA e que possuem anticorpos contra IgA.
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Interações de Imunoglobulina humana

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Alguns medicamentos que contêm Imunoglobulina humana

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