Reações Adversas
Experiência de estudos clínicos
A avaliação de segurança de Tarceva® é baseada nos dados de mais de 1.200 pacientes tratados com pelos uma dose de 150 mg do medicamento em monoterapia e mais de 300 pacientes que receberam Tarceva® 150 mg ou 100 mg em combinação com gencitabina.
A incidência de reações adversas ao medicamento (RAM) relatadas com Tarceva® isolado ou em combinação com quimioterapia está resumida nas tabelas a seguir, que são baseadas nos dados de estudos clínicos. As RAMs foram relatadas em pelo menos 10% dos pacientes (no grupo de Tarceva®) e ocorreram mais frequentemente (?3%) empacientes tratados com Tarceva® em relação ao braço comparador.
Câncer de pulmão de não pequenas células em monoterapia
As RAMs listadas na Tabela 5 são baseadas em dados de um estudo duplo-cego, randomizado (BR.21), conduzido em 731 pacientes com CPNPC metastático ou localmente avançado, após a falha de pelo menos um regime de quimioterapia prévio. Os pacientes foram randomizados na proporção 2:1 para receber Tarceva® 150 mg ou placebo. O medicamento estudado foi administrado por via oral, uma vez ao dia, até progressão da doença ou toxicidade inaceitável.
As reações adversas mais frequentes foram erupção cutânea (rash) e diarreia (75% e 54%, respectivamente). A maioria foi de grau 1/ 2 e manejada sem intervenção. Erupção cutânea graus 3/4 e diarreia ocorreram em 9% e 6%, respectivamente, em pacientes tratados com Tarceva®, e cada evento resultou em descontinuação de 1% dos pacientes. A redução necessária da dose para erupção cutânea e diarreia foi de 6% e 1% dos pacientes, respectivamente. No estudo BR.21, o tempo mediano para início da erupção cutânea foi de oito dias, e o tempo mediano para início da diarreia foi 12 dias.
Em outro estudo duplo-cego, randomizado, placebo controlado de fase III (BO18192), conduzido em 889 pacientes com CPNPC avançado, recorrente ou metastático, seguindo a quimioterapia padrão de primeira linha baseada em platina, nenhum novo sinal de segurança foi identificado.
As reações adversas mais frequentes observadas em pacientes tratados com Tarceva® no estudo BO18192 foram erupção cutânea e diarreia (qualquer grau, 49% e 20%, respectivamente), a maioria de grau 1/2 e manejada sem nenhuma intervenção. Erupção cutânea e diarreia grau 3 ocorreram em 6% e 2% dos pacientes, respectivamente. Nenhum evento de diarreia e erupção cutânea grau 4 foi observado. Erupção cutânea e diarreia resultaram em descontinuação de Tarceva® em 1% e < 1% dos pacientes, respectivamente. Modificações de dose (interrupções e reduções) para erupção cutânea e diarreia foram necessárias em 8,3% e 3% dos pacientes, respectivamente.
A segurança de Tarceva® para o tratamento de primeira linha de pacientes com CPNPC com mutações ativadoras de EGFR foi avaliada em 75 pacientes, em um estudo aberto e randomizado de fase III, ML 20650, conduzido com 154 pacientes. Não foi observado novos sinais de segurança nestes pacientes.
As reações adversas mais comuns observadas em pacientes tratados com Tarceva® no estudo ML 20650 foram erupção cutânea e diarreia (qualquer grau 80% e 57%, respectivamente), sendo a maioria de gravidade grau 1/2, sem necessidade de intervenção para o seu controle. Erupção cutânea e diarreia de grau 3 ocorreram em 9% a 4% dos pacientes, respectivamente. Nenhum evento de erupção cutânea e diarreia de grau 4 foi observado. Erupção cutânea e diarreia resultaram em descontinuação de Tarceva® em 1% dos pacientes. Alterações de dose (interrupções ou reduções) para erupção cutânea e diarreia foram necessárias em 11% e 7% dos pacientes, respectivamente.
Tarceva® em combinação com quimioterapia
As reações adversas listadas na Tabela 6 a seguir são baseadas nos dados do estudo clínico controlado (PA.3), com 259 pacientes com câncer pancreático que receberam Tarceva® 100 mg com gencitabina, comparado com 256 pacientes no braço placebo mais gencitabina.
As reações adversas mais frequentes no estudo pivotal PA.3 em pacientes com câncer de pâncreas tratados com Tarceva® 100 mg mais gencitabina foram fadiga, erupção cutânea e diarreia. No braço Tarceva® mais gencitabina, erupção e diarreia de graus 3 e 4 foram relatadas em 5% dos pacientes. O tempo mediano do início da erupção cutânea e diarreia foi de 10 dias e 15 dias, respectivamente. Erupção cutânea e diarreia resultaram em reduções de dose em 2% dos pacientes e resultaram em descontinuação do estudo de até 1% dos pacientes tratados com Tarceva® mais gencitabina.
O grupo que utilizou Tarceva® 150 mg mais gencitabina (23 pacientes) foi associado à taxa maior de reações adversas de certa classe específica, incluindo erupção cutânea, e necessitou de redução ou interrupção da dose em maior frequência.
Informações adicionais de especial interesse das reações adversas
As seguintes reações adversas foram observadas em pacientes que receberam Tarceva® 150 mg como monoterapia ou 100 mg ou 150 mg em combinação com gencitabina.
Os seguintes termos são usados para classificar as reações adversas por frequência: muito comum (? 10%); comum (? 1%, < 10%); incomum (? 0,01%, < 1%), raro (? 0,01%, < 0,1%); muito raro ( < 0,01%), incluindo relatos isolados.
As reações adversas muito comuns foram apresentadas nas Tabelas 5 e 6, e as reações adversas por ordem de frequência são descritas abaixo:
Distúrbios gastrintestinais
Perfurações gastrintestinais foram relatadas com menor frequência incomum (em menos de 1% dos pacientes) em tratamento com Tarceva®, em alguns casos fatais (vide item "Advertências e precauções").
Casos de sangramento gastrintestinal foram comumente relatados (incluindo algumas fatalidades), alguns associados com administração concomitante de varfarina (vide item "Interações medicamentosas") e outros com o uso concomitante de AINEs.
Distúrbios hepatobiliares
Alterações de provas de função hepática (incluindo elevação de TGO, TGP e bilirrubinas) foram observadas comumente em estudos clínicos de Tarceva® , inclusive no estudo PA.3. Foram principalmente leves ou moderadas em intensidade, de natureza transitória ou associadas com a presença de metástases hepáticas. Casos raros de insuficiência hepática, incluindo óbitos, foram relatados durante o uso de Tarceva®.
Fatores associados incluem desordens preexistentes do fígado ou medicações hepatotóxicas concomitantes (vide item "Advertências e precauções").
Distúrbios oculares
Ulcerações ou perfurações da córnea foram relatadas muito raramente em pacientes que receberam tratamento com Tarceva®. Ceratite e conjuntivite foram comumente relatadas com Tarceva® . Crescimento anormal dos cílios; cílios crescentes; crescimento excessivo e espessamento dos cílios foram relatados com frequência incomum (vide item "Advertências e precauções").
Distúrbios respiratórios, torácicos e mediastinais
Houve relatos incomuns de doença pulmonar intersticial (DPI)-like grave, incluindo óbitos, em pacientes que receberam Tarceva® para tratamento de CPNPC ou outros tumores sólidos avançados (vide item "Advertências e precauções").
Casos de epistaxe foram relatados comumente em pacientes com câncer de pulmão tipo não pequenas células e câncer de pâncreas.
Distúrbios de pele e tecido subcutâneo
Erupção cutânea foi muito comumente relatada em pacientes que receberam Tarceva® e, em geral, manifestase como erupção cutânea eritematosa e papulopustular de intensidade suave ou moderada, que pode ocorrer ou piorar em áreas expostas ao sol. Para pacientes que se expõem ao sol, roupa para proteger a pele e/ ou uso de protetor solar (por exemplo, contendo minerais) é recomendável. Acne, dermatite acneiforme e foliculite foram comumente observados, sendo a maior parte destes eventos leves ou moderados e não sérios. Fissuras na pele, principalmente não sérias, foram comumente relatadas, e na maior parte dos casos foram associadas com erupção cutânea e pele ressecada. Outras reações suaves da pele como hiperpigmentação foi observada com frequência incomum (em menos de 1% dos pacientes).
Condições cutâneas bolhosas, foliculares e esfoliativas foram relatadas, incluindo casos raros sugestivos de Síndrome de Stevens-Johnson/necrólise epidérmica tóxica, as quais, em alguns casos, foram fatais (vide item "Advertências e precauções").
Mudanças nas unhas e nos cabelos, em sua maior parte não sérias, foram relatadas nos estudos clínicos: paroníquia foi comumente relatada e hirsutismo, mudanças nos cílios/supercílios, irritação e perda das unhas foram relatadas com frequência incomum.
Experiência pós-comercialização: os distúrbios nas unhas e nos cabelos acima citados foram relatados com frequência incomum também após o lançamento do medicamento no mercado.
Casos de uveíte foram relatados na vigilância pós-comercialização.
Atenção: este produto é um medicamento que possui nova indicação terapêutica no país, e, embora as pesquisas tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente,podem ocorrer eventos adversos imprevisíveis ou desconhecidos. Nesse caso, notifique os eventos adversos pelo sistema de Notificação em Vigilância Sanitária - NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
Precauções
Doença Pulmonar Intersticial: casos de doença pulmonar intersticial (DPI), incluindo óbitos, foram relatados de forma incomum em pacientes que receberam Tarceva® para o tratamento do CPNPC, câncer pancreático ou outros tumores sólidos avançados. No estudo de referência BR.21 em CPNPC, a incidência de eventos tipo DPI foi de 0,8% em cada um dos braços de Tarceva® e de placebo. Em estudos de câncer pancreático em combinação com gencitabina, a incidência de DPI-like foi de 2,5% no grupo de Tarceva® com gencitabina versus 0,4% no grupo tratado com placebo mais gencitabina. A incidência total em pacientes tratados com Tarceva® em todos os estudos (incluindo estudos não controlados e estudos com quimioterapia concomitante) é de, aproximadamente, 0,6%. Alguns exemplos de diagnóstico descritos em pacientes com suspeita de eventos tipo DPI incluem pneumonite, pneumonite por radiação, pneumonite por hipersensibilidade, pneumonia intersticial, doença pulmonar intersticial, bronquiolite obliterante, fibrose pulmonar, Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo, infiltrado pulmonar e alveolite. Esses eventos tipo DPI começaram poucos dias a vários meses após o início da terapia com Tarceva®. A maioria dos casos foi relacionada com fatores associados ou contribuintes, como quimioterapia concomitante ou prévia, radioterapia prévia, doença pulmonar parenquimatosa preexistente, doença pulmonar metastática ou infecções pulmonares.
Em pacientes que desenvolvem início agudo de sintomas pulmonares inexplicados, novos e/ou progressivos, como dispneia, tosse e febre, a terapia com Tarceva® deve ser interrompida e deve-se aguardar avaliação diagnóstica. Em caso de diagnóstico de DPI, Tarceva® deve ser interrompido e iniciado tratamento apropriado se necessário (vide item "Reações adversas").
Diarreia, desidratação, desequilíbrio eletrolítico e insuficiência renal: ocorreu diarreia em pacientes que receberam Tarceva® . Diarreias moderadas ou graves devem ser tratadas com loperamida. Em alguns casos pode ser necessária a redução da dose. Em caso de diarreia grave ou persistente, náusea, anorexia ou vômitos associados à desidratação, o tratamento com Tarceva® deve ser interrompido, e as medidas apropriadas devem ser instituídas para tratar a desidratação (vide item "Reações adversas"). Houve raros relatos de hipocalemia e insuficiência renal secundária (incluindo óbitos). Alguns relatos de insuficiência renal foram secundários à desidratação grave causada pela diarreia, vômito e/ou anorexia, enquanto outros foram confundidos pelo uso de quimioterapia concomitante. Em casos de diarreia grave ou persistente, que leva à desidratação, particularmente em grupos de pacientes com fatores de risco agravantes (medicamentos concomitantes, sintomas ou outras condições predispostas, incluindo idade avançada), a terapia de Tarceva® deve ser interrompida, e medidas apropriadas devem ser tomadas para hidratação intravenosa intensiva dos pacientes. Além do mais, função renal e exames laboratoriais, incluindo o de potássio, devem ser monitorados em pacientes com risco de desidratação.
Tarceva® não foi testado em pacientes com metástases cerebrais sintomáticas, portanto, sua eficácia é desconhecida nesse grupo de pacientes.
Hepatite, insuficiência hepática: casos raros de insuficiência hepática (incluindo óbitos) foram relatados durante o uso de Tarceva® . Fatores associados estavam presentes, como doença hepática preexistente ou medicação hepatotóxica concomitante. Testes periódicos para verificar a função do fígado devem ser considerados. A dosagem de Tarceva® deve ser interrompida se ocorrerem mudanças graves na função hepática (vide item "Reações adversas").
Perfurações gastrintestinais: pacientes tratados com Tarceva® possuem risco aumentado de apresentar perfurações gastrointestinais, as quais foram observadas incomumente (incluindo alguns casos fatais). Pacientes que recebem agentes antiangiogênicos concomitantemente, corticosteroides, agentes antiinflamatórios não estereoidais (AINEs) e/ou quimioterapia baseada em taxano ou com histórico de ulceração peptídica ou doença diverticular possuem risco maior de desenvolvê-las. Tarceva® deve ser permanentemente descontinuado em pacientes que desenvolverem perfuração gastrintestinal (vide item "Reações adversas").
Distúrbios bolhosos e esfoliativos da pele: foram relatadas condições bolhosas, vesiculares ou esfoliativas da pele, incluindo muito raramente casos sugestivos de Síndrome de Stevens-Johnson/ necrólise epidérmica tóxica, os quais, em alguns casos, foram fatais (vide item "Reações adversas"). O tratamento com Tarceva® deve ser interrompido ou descontinuado se o paciente apresentar graves condições bolhosas, vesiculares ou esfoliativas.
Distúrbios na visão: casos muito raros de perfurações ou ulceração da córnea foram relatados durante o uso de Tarceva® . Outros distúrbios oculares, incluindo crescimento anormal dos cílios, ceratoconjuntivite sicca ou ceratite, foram observados no tratamento com Tarceva®, os quais também são fatores de risco para ulceração/ perfuração da córnea. O tratamento com Tarceva® deve ser interrompido ou descontinuado em pacientes que apresentem distúrbios oftalmológicos graves ou agravamento de distúrbios oculares, tais como dor nos olhos (vide item "Reações adversas").
Interações: Tarceva® tem potencial para interações entre drogas clinicamente significativas (vide item "Interações medicamentosas").
Efeitos sobre a capacidade de dirigir veículos ou operar máquinas: não foram realizados estudos dos efeitos sobre a capacidade de dirigir veículos ou operar máquinas. No entanto, erlotinibe não está associado com comprometimento da capacidade mental.
Gestação e lactação
Categoria de risco na gravidez: C
Os estudos em animais revelaram risco, mas não existem estudos adequados e bem controlados disponíveis realizados em mulheres grávidas.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas ou que possam ficar grávidas durante o tratamento.
Gestação: não existem estudos adequados ou bem controlados em gestantes que usaram Tarceva®. Estudos em animais mostraram alguma toxicidade reprodutiva (vide item "Segurança pré-clínica"). O potencial risco para humanos é desconhecido. Mulheres com possibilidade de engravidar devem ser alertadas para evitar a gravidez durante o tratamento com Tarceva®. Métodos contraceptivos adequados devem ser usados durante a terapia e durante, pelo menos, duas semanas depois de completar a terapia. O tratamento somente deve ser mantido em gestantes se o potencial benefício para a mãe superar o risco para o feto.
Lactação: não se sabe se erlotinibe é excretado no leite humano. Por causa do potencial perigo para a criança, as mães devem ser orientadas a não amamentar enquanto recebem Tarceva® .
Até o momento, não há informações de que erlotinibe possa causar doping.
Resultados de eficácia
Eficácia/ estudos clínicos
Câncer de pulmão de não pequenas células (CPNPC)
Terapia de primeira linha para pacientes com mutações ativadoras de EGFR:
A eficácia de Tarceva® no tratamento de primeira linha de pacientes com mutações ativadoras de EGFR em CPNPC foi demonstrada em um estudo clinico randomizado e aberto de fase III (ML20650, EURTAC). Esse estudo foi conduzido em pacientes caucasianos com CPNPC localmente avançado ou metastático (estágio IIIB e IV), os quais não haviam recebido previamente quimioterapia ou terapia sistêmica anti-tumoral para doença avançada e os quais apresentavam mutações no dominio da tirosina quinase do EGFR (deleção do éxon 19 ou mutação do éxon 21). Os pacientes foram randomizados 1:1 para receber Tarceva® 150mg ou quimioterapia baseada em esquemas duplos de platina.
O objetivo primário foi avaliar a sobrevida livre de progressão (SLP), determinada em uma análise interina préplanejada [n= 153, razão de risco (RR) = 0,42; IC 95% 0,27 a 0,64; p < 0,0001 para o grupo de Tarceva® (n=77) relativamente ao grupo de quimioterapia (n=76)]. Foi observada redução de 58% no risco de progressão da doença ou morte. A mediana da SLP foi 9,4 e 5,2 meses e a taxa de resposta objetiva foi 54,5% e 10,5%, nos braços de Tarceva® e quimioterapia, respectivamente. Os resultados de SLP foram confirmados por uma revisão independente das imagens, a mediana da SLP foi 10,4 meses no grupo de Tarceva® , comparado com 5,4 meses no grupo de quimioterapia (RR=0,47; IC 95% 0,27 a 0,78; p=0,003). Os dados de sobrevida global estavam imaturos quando foi feita a análise interina (RR=0,80; IC 95% 0,47 a 1,37, p=0,4170).
-Dados adicionais publicados
Em uma análise prospectiva dos pacientes com CPNPC avançado, que apresentavam tumores com mutações ativadoras no domínio TK do EGFR, a SLP mediana para os 113 pacientes tratados com Tarceva® na primeira linha foi 14 meses (IC 95% 9,7 a 18,3 meses), e a mediana da sobrevida global foi 28 meses (IC 95%, 22,7 a 33 meses). A análise conjunta dos dados publicados a partir de pacientes com CPNPC demonstrou que pacientes com tumores com mutações ativadoras de EGFR tratados predominantemente com Tarceva® na primeira linha (n=70; 12, 5 meses; IC 95% 10,6 a 16,0) apresentaram uma mediana maior de SLP, comparada com aqueles tratados com quimioterapia (n=359; 6,0 meses; IC 95% 5,4 a 6,7).
Terapia de manutenção de primeira linha
A eficácia e a segurança de Tarceva® como terapia de manutenção de primeira linha foram demonstradas em estudo randomizado, duplo-cego e placebo controlado (BO18192). Esse estudo foi conduzido com 889 pacientes com CPNPC avançado ou metastático que não progrediram durante a quimioterapia baseada em esquemas duplos com platina. Os pacientes foram randomizados na proporção 1:1 com Tarceva®, 150 mg, e placebo, por via oral, uma vez ao dia. O objetivo primário do estudo foi avaliar a sobrevida livre de progressão (SLP) em todos os pacientes e naqueles com tumor EGFR (receptor do fator de crescimento epidérmico) IHC (imunoistoquímica) positivo. As características demográficas foram bem equilibradas entre os dois braços de tratamento.
A tabela 1 mostra os resultados da análise de SLP primária na população com intenção de tratamento (ITT). A análise de SLP primária mostrou razão de risco para SLP no grupo tratado com Tarceva® relativo ao grupo placebo de 0,71. A média de SLP foi 22,4 semanas no grupo tratado com Tarceva®, em comparação com 16 semanas no grupo tratado com placebo.
Na análise coprimária da SLP nos sujeitos do estudo com tumor positivo para EGFR por IHC foi similar, a uma razão de risco de 0,69 (IC 95% 0,58 a 0,82; p < 0,0001). A mediana da SLP foi 22,8 semanas no grupo de Tarceva® (faixa 0,1 a 78,9 semanas), comparada com 16,2 semanas no grupo de placebo (faixa 0,1 a 88,1 semanas). A porcentagem de pacientes sem progressão da doença em seis meses foi de 27% e 16%, respectivamente. Nos sujeitos do estudo com tumor negativo para EGFR IHC a razão de risco da SLP foi de 0,77 (IC 95% 0,51 a 1,14; p = 0,1768).
A eficácia mostrou-se consistente entre os subgrupos baseados na estratificação e fatores clínicos. Os benefícios clínicos também foram observados nos subgrupos com biomarcadores, independentemente de EGFR IHC, FISH (status positivo: RR = 0,68; IC 95% 0,51 a 0,90; p = 0,0068; status negativo: RR = 0,81; IC 95% 0,62 a 1,07; p = 0,1300), mutação EGFR (mutações ativadoras: RR = 0,10; IC 95% 0,04 a 0,25; p < 0,0001; tipo selvagem: RR = 0,78; IC 95% 0,63 a 0,96; p = 0,0185) ou status de mutação K-ras (mutação clássica: RR = 0,77; IC 95% 0,50 a 1,19; p = 0,2246; tipo selvagem: RR = 0,70; IC 95% 0,57 a 0,87; p = 0,0009). Embora a ativação das mutações do EGFR identifique os pacientes com o maior benefício, essas mutações não são pré-requisitos para o efeito, uma vez que o benefício também ocorreu em pacientes com tipo selvagem de EGFR. A qualidade de vida não sugeriu efeito danoso de erlotinibe em comparação com placebo.
O benefício na SLP se traduziu em benefício significante estatisticamente e relevante clinicamente na sobrevida global (objetivo secundário, RR = 0,81, veja tabela 2)
Nos sujeitos do estudo com tumor positivo para EGFR IHC a razão de risco da sobrevida global foi de 0,77 (IC 95% 0,64 a 0,93) e nos pacientes com tumor negativo para EGFR IHC de 0,91 (IC 95% 0,59 a 1,38).
Terapia de segunda/ terceira linha
A eficácia e a segurança de Tarceva® como terapia de segunda/ terceira linha foram demonstradas em estudo randomizado, duplo-cego, controlado com placebo (BR.21). Esse estudo foi conduzido em 17 países, incluindo 731 pacientes com CPNPC localmente avançado ou metastático, após falha de pelo menos um esquema quimioterápico. Os pacientes foram randomizados na proporção de 2:1 para receber Tarceva® 150 mg ou placebo via oral diariamente. Os objetivos do estudo incluíram avaliar a sobrevida global, o tempo até deterioração de sintomas relacionados ao câncer de pulmão (tosse, dispneia e dor), taxa de resposta, duração da resposta, sobrevida livre de progressão (SLP) e segurança. O objetivo primário foi a sobrevida global.
Devido à randomização 2:1, 488 pacientes foram randomizados para Tarceva® e 243 pacientes para placebo. Os pacientes não foram selecionados por estado HER1/EGFR, sexo, raça, história de tabagismo ou classificação histológica.
As características demográficas foram bem equilibradas entre os dois braços de tratamento. Aproximadamente dois terços dos pacientes eram homens, um terço apresentava estado de desempenho ECOG basal de 2, e 9% dos pacientes apresentavam um ECOG basal de 3. Noventa e três por cento e 92% de todos os pacientes nos grupos Tarceva® e placebo, respectivamente, tinham recebido um esquema prévio com platina, e 36% e 37% de todos os pacientes, respectivamente, tinham recebido uma terapia prévia com taxano. Cinquenta por cento dos pacientes tinham recebido apenas um esquema prévio de quimioterapia.
A sobrevida foi avaliada na população ITT. A mediana da sobrevida aumentou em 42,5% e foi de 6,7 meses no grupo Tarceva® (IC 95%, 5,5 a 7,8 meses), em comparação com 4,7 meses no grupo placebo (IC 95%, 4,1 a 6,3 meses), resultando em uma diferença de dois meses entre os grupos. A análise de sobrevida primária foi ajustada para fatores de estratificação, como descrito no momento da randomização (ECOG, melhor resposta à terapia prévia, número de esquemas prévios e exposição prévia à platina) e estado HER1/EGFR. Nessa análise primária, a razão de risco ajustada para óbito no grupo Tarceva® em relação ao grupo placebo foi de 0,73 (IC 95%, 0,60 a 0,87; p = 0,001). A porcentagem de pacientes vivos em 12 meses foi de 31,2% e 21,5%, respectivamente.
O benefício de sobrevida com o tratamento com Tarceva® foi observado na maioria dos subgrupos. Uma série de subgrupos de pacientes formada pela estratificação das diferentes características do estado basal dos pacientes, tais como HER1/EGFR, exposição prévia a taxanos, história de tabagismo, sexo, idade, histologia, perda de peso prévia, tempo entre o diagnóstico inicial e a randomização e localização geográfica, foi examinada por análises univariadas exploratórias para avaliar a consistência do resultado de sobrevida global. Praticamente todas as razões de risco (RR) no grupo Tarceva®, em relação ao grupo placebo, foram menores que 1,0, sugerindo que o benefício de Tarceva® foi consistente entre os subgrupos. O benefício de sobrevida de Tarceva® foi comparável em pacientes com performance status (PS) ECOG basal de 2 - 3 (RR = 0,77) ou um PS de 0 - 1 (RR = 0,73) e pacientes que receberam um regime de quimioterapia (RR = 0,76) ou dois ou mais regimes (RR=0,76).
O benefício de sobrevida de Tarceva® também foi observado em pacientes que não atingiram uma resposta objetiva do tumor (critério RECIST). Isso foi evidenciado por uma razão de risco para óbito de 0,83 entre pacientes cuja melhor resposta foi doença estável e 0,85 entre pacientes cuja melhor resposta foi doença progressiva.
Em uma análise detalhada de alguns desses subgrupos, podemos explicitar as diferenças em meses de sobrevida entre os pacientes que receberam Tarceva® ou placebo. No grupo de pacientes com ECOG 0 - 1, essa diferença foi de 1,45 mês (RR = 0,73) e com ECOG 2 - 3 de 0,39 mês (RR = 0,77); no grupo de pacientes que havia recebido um tratamento quimioterápico prévio, a diferença foi de 0,83 mês (RR = 0,76) e de 2,18 meses (RR=0,76) no grupo que havia recebido dois ou mais tratamentos prévios.
Entre os pacientes que nunca fumaram e que foram tratados com Tarceva®, o ganho de sobrevida foi mais que seis meses: a sobrevida mediana no grupo de pacientes não fumantes tratados com Tarceva® foi de 12,25 meses e no grupo de pacientes não fumantes que receberam placebo foi de 5,62 meses.
Não se pode afirmar que houve benefício entre pacientes fumantes ou ex-fumantes: a sobrevida mediana obtida no grupo de pacientes fumantes ou ex-fumantes que foram tratados com Tarceva® foi de 5,52 meses e no grupo de pacientes fumantes ou ex-fumantes que receberam placebo foi de 4,63 meses, resultando em diferença de 0,89 mês.
Houve benefício de sobrevida, e esse foi ainda superior em alguns grupos de pacientes: asiáticos, mulheres, pacientes com câncer de pulmão do tipo adenocarcinoma.
A Tabela 3 resume os resultados para o estudo, incluindo sobrevida, tempo até deterioração de sintomas relacionados ao câncer de pulmão e sobrevida livre de progressão (SLP).
A deterioração do sintoma foi medida usando os questionários de qualidade de vida EORTC QLQ-C30 e QLQLC13. Os escores basais dos sintomas: tosse, dispneia e dor foram semelhantes nos dois grupos de tratamento. O grupo de pacientes tratados com Tarceva® mostrou melhora nos sintomas por meio do aumento do tempo para deterioração da tosse de 12,4 semanas (RR = 0,75), da dispneia de 8,3 semanas (RR = 0,72) e da dor de quatro semanas (RR = 0,77), quando comparado ao placebo. Esses benefícios sintomáticos não foram devidos a uso aumentado de radioterapia paliativa ou medicação concomitante no grupo Tarceva® .
A mediana da sobrevida livre de progressão foi de 9,7 semanas no grupo Tarceva® (IC 95%, 8,4 a 12,4 semanas), em comparação com 8,0 semanas no grupo placebo (IC 95%, 7,9 a 8,1 semanas), resultando em diferença de 1,7 semana entre os grupos. A RR para progressão, ajustada para fatores de estratificação e estado HER1/EGFR, foi de 0,61 (IC 95% 0,51 a 0,73; p < 0,001). A porcentagem de pacientes livres de progressão aos 6 meses foi de 24,5% e 9,3%, respectivamente, para os braços Tarceva® e placebo.
A taxa de resposta objetiva por RECIST no grupo Tarceva® foi de 8,9% (IC 95% 6,4 a 12,0%). A duração mediana da resposta foi de 34,3 semanas, variando de 9,7 a 57,6+ semanas. Duas respostas (0,9%; IC 95% 0,1 a 3,4) foram relatadas no grupo placebo. A proporção de pacientes que apresentaram resposta completa, resposta parcial ou doença estável foi de 44,0% e 27,5%, respectivamente, para os grupos Tarceva® e placebo (p = 0,004).
Câncer de pâncreas (Tarceva® administrado simultaneamente com gencitabina)
A eficácia e a segurança de Tarceva® em combinação com gencitabina como tratamento de primeira linha foram avaliadas em um estudo randomizado, duplo-cego, placebo controlado, em 569 pacientes com câncer de pâncreas localmente avançado, irressecável ou metastático. Os pacientes foram randomizados na proporção de 1:1 para receber Tarceva® (100 ou 150 mg) ou placebo, uma vez ao dia, em esquema contínuo, mais gencitabina IV (1.000 mg/m2, Ciclo 1 - Dias 1, 8, 15, 22, 29, 36 e 43 de um ciclo de oito semanas, Ciclo 2 e ciclos subsequentes - Dias 1, 8 e 15 de um ciclo de 4 semanas [dose aprovada e esquema para câncer de pâncreas, vide bula de gencitabina]). Tarceva® ou placebo foi ingerido uma vez ao dia até a progressão da doença ou toxicidade inaceitável. O objetivo do estudo incluiu sobrevida global, taxa de resposta e sobrevida livre de progressão (SLP). A duração da resposta também foi avaliada. O objetivo primário foi sobrevida. Um total de 285 pacientes foi randomizado para receber gencitabina mais Tarceva® (261 pacientes do grupo de 100 mg e 24 pacientes do grupo de 150 mg) e 284 pacientes foram randomizados para receber gencitabina mais placebo (260 pacientes do grupo de 100 mg e 24 pacientes no grupo de 150 mg). O pequeno número de pacientes na dose de 150 mg não permitiu conclusões.
Características basais demográficas e da doença dos pacientes foram similares entre os dois grupos de tratamento, Tarceva® 100 mg mais gencitabina ou placebo mais gencitabina, exceto para uma proporção levemente aumentada de mulheres no braço Tarceva® (51%) comparado com o braço placebo (44%). O tempo mediano do diagnóstico inicial para a randomização foi aproximadamente um mês. Aproximadamente metade dos pacientes teve performance status (PS) ECOG basal de 1, e 17% tiveram ECOG basal de 2. A maioria dos pacientes apresentou-se com doença metastática na entrada do estudo como manifestação inicial do câncer de pâncreas (77% no braço Tarceva®, 76% no braço placebo).
A sobrevida foi avaliada na população com intenção de tratamento com base nos dados de acompanhamento de sobrevida, incluindo 551 óbitos. Os resultados são apresentados para o grupo de dose de 100 mg (504 óbitos). A razão de risco ajustada para óbito no grupo Tarceva® relativo ao grupo placebo foi 0,82 (IC 95% 0,69 a 0,98; p = 0,028). A porcentagem de pacientes vivos aos 12 meses foi de 23,8% no grupo Tarceva® comparado aos 19,4% no grupo placebo. O tratamento com Tarceva® esteve associado a discreto ganho de sobrevida global, estatisticamente significante. A sobrevida global mediana foi de 6,4 meses no grupo Tarceva® comparado com 6 meses no grupo placebo.
A Tabela 4 resume os resultados do estudo.
A SLP mediana foi de 3,81 meses (16,5 semanas) no grupo Tarceva® (IC 95% 3,58 a 4,93 meses), comparado com 3,55 meses (15,2 meses) no grupo placebo (IC 95% 3,29 a 3,75 meses; p = 0,006).
A duração mediana de resposta foi de 23,9 semanas, intervalo de 3,71 a 56+ semanas. A taxa de resposta objetiva (resposta completa e resposta parcial) foi de 8,6% no grupo Tarceva® e 7,9% no grupo placebo. A proporção de pacientes que apresentaram resposta completa, resposta parcial ou doença estável foi de 59% e 49,4%, respectivamente, para os grupos Tarceva® e placebo (p = 0,036).
Referências bibliográficas
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3. Clinical Study Report - BO18192 - A multi-centre, double-blind randomized, placebo-controlled Phase III study to evaluate the efficacy of Tarceva® following 4 cycles of standard platinum-based chemotherapy in patients with histologically documented, advanced, recurrent or metastatic (Stage IV) NSCLC who have not experienced disease progression or unacceptable toxicity during chemotherapy. Report No. 1031460, February 2009.
4. Clinical Study Report Addendum - Protocol BO18192 - A multi-centre, double-blind randomized, Phase III study to evaluate the efficacy of Tarceva® or placebo following 4 cycles of platinum-based chemotherapy in patients with histologically documented, advanced or recurrent (Stage IIIB and not amenable for combined modality treatment) or metastatic (Stage IV) non-small cell lung cancer (NSCLC) who have not experienced disease progression or unacceptable toxicity during chemotherapy. Report No. 1033732, August 2009.
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Interação com outros medicamentos
Tarceva® tem potencial para interações entre medicamentos clinicamente significativas.
Erlotinibe é metabolizado no fígado, por meio dos citocromos hepáticos humanos, principalmente o CYP3A4 e, em menor extensão, o CYP1A2 e a isoforma pulmonar CYP1A1. Potenciais interações podem ocorrer com fármacos que são metabolizados por essas enzimas ou são inibidores ou indutores delas.
Inibidores potentes de atividade do CYP3A4 reduzem o metabolismo de erlotinibe e aumentam as concentrações plasmáticas de erlotinibe. A inibição do metabolismo de CYP3A4 pelo cetoconazol (200 mg, VO, 2 vezes por dia, durante cinco dias) resultou em exposição aumentada a erlotinibe (86% em exposição mediana a erlotinibe [ASC]) e um aumento de 69% em Cmaxquando comparado com erlotinibe apenas. Quando Tarceva® foi coadministrado com ciprofloxacina, um inibidor de CYP3A4 e CYP1A2, a exposição de erlotinibe (ASC) e a concentração máxima (Cmáx) aumentaram em, aproximadamente, 39% e 17%, respectivamente. Portanto, deve-se ter cuidado ao administrar Tarceva® com inibidores potentes de CYP3A4 ou CYP3A4/CYP1A2 combinados. A dose de Tarceva® deve ser reduzida se for observada toxicidade.
Indutores potentes de atividade de CYP3A4 aumentam o metabolismo de erlotinibe e reduzem significativamente as concentrações plasmáticas de erlotinibe. A indução da atividade do CYP3A4 pela rifampicina (600 mg, VO, uma vez por dia, durante sete dias) resultou em redução de 69% na ASC mediana de erlotinibe, após uma dose de 150 mg de Tarceva®, em comparação com o uso de Tarceva® isolado.
O pré-tratamento e coadmnistração de rifampicina com uma dose única de 450 mg de Tarceva® resultou em exposição média de cloridrato de erlotinibe (ASC) de 57,5% daquela após uma dose única de 150 mg de Tarceva® na ausência do tratamento com rifampicina. Tratamentos alternativos com ausência de medicamentos com atividade indutora potente de CYP3A4 devem ser considerados, quando possível. Para pacientes que requerem tratamento concomitante de Tarceva® com um indutor potente da CYP3A4, tais como a rifampicina, deve-se considerar aumento para 300 mg na dose, com monitoramento rigoroso da segurança e, se bem tolerado, pode se considerar aumento para 450 mg na dose, também com monitoramento rigoroso da segurança. Doses maiores não foram estudadas nesse cenário.
O pré-tratamento ou coadministração de Tarceva® não alterou a depuração dos substratos prototípicos de CYP3A4 midazolam e eritromicina. Portanto, são improváveis interações significativas na depuração de outros substratos do CYP3A4.
A biodisponibilidade oral de midazolam pareceu diminuir em aproximadamente até 24% dos casos, entretanto, não se atribuiu aos efeitos na atividade do CYP3A4. A solubilidade de erlotinibe é dependente do pH. A solubilidade de erlotinibe diminui com o aumento do pH. Medicamentos que alteram o pH do trato gastrintestinal superior podem alterar a solubilidade de erlotinibe e, por sua vez, sua biodisponibilidade. A coadministração de Tarceva® com omeprazol, um inibidor da bomba de próton, diminuiu a exposição de erlotinibe (ASC) e Cmáxem 46% e 61%, respectivamente. Não houve alterações no Tmáxou meia-vida. A administração concomitante de Tarceva® com 300 mg de ranitidina, um antagonista do receptor H2, diminuiu a exposição de erlotinibe (ASC) e Cmáxem 33% e 54%, respectivamente. Portanto, a coadministração de medicamentos que reduzem a produção de ácido gástrico com Tarceva® deve ser evitada, quando possível. Aumento na dose de Tarceva®, quando coadministrado com tais agentes, não parece compensar essa perda de exposição. No entanto, quando Tarceva® foi administrado de forma a não coincidir, duas horas antes ou dez horas após, com a ranitidina, 150 mg, duas vezes ao dia, a exposição a erlotinibe (ASC e Cmáx) diminuíram apenas 15% e 17%, respectivamente. Caso os pacientes necessitem ser tratados com esses medicamentos, um antagonista do receptor H2, como a ranitidina, deve então ser considerado e usado de maneira a não coincidir os horários das doses. Tarceva® deve ser ingerido duas horas antes ou dez horas após a ingestão de antagonista de receptores H2.
Interações com outros anticoagulantes cumarínicos, incluindo varfarina, que levaram a aumento da Razão Normatizada Internacional (INR) e eventos hemorrágicos, fatais em alguns casos, foram relatados em pacientes que receberam Tarceva®. Pacientes em uso de anticoagulantes derivados de cumarina devem ser monitorados regularmente em relação a alterações no tempo de protrombina ou na INR.
A combinação de Tarceva® com uma estatina pode aumentar o potencial de miopatia induzida por estatina, incluindo rabdomiólise, observada raramente.
Os fumantes devem ser aconselhados a parar de fumar, pois o cigarro, um indutor do CYP1A1 e CYP1A2, mostrou reduzir a exposição de erlotinibe em 50% - 60% (vide item "Farmacocinética em populações especiais").
Em um estudo de fase Ib, não houve efeito significante de gencitabina na farmacocinética de erlotinibe nem efeito significativo de erlotinibe na farmacocinética de gencitabina.